O Laboratório Central de Saúde Pública do Piauí (Lacen-PI) recolheu 10 amostras de piauienses com suspeita de sarampo, conforme o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi). Algumas foram encaminhadas à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, para análise.
Segundo o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado na última sexta-feira (27), cinco exames sorológicos estão em fase de triagem e três estão em análise na sede do Lacen-PI. O levantamento aponta que, ao todo, 12 exames foram solicitados. Destes, quatro tiveram o resultado liberado, sendo dois positivos, um negativo e um inconclusivo.
A Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi) informou, no entanto, que, conforme o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), o Piauí não apresenta nenhum caso confirmado de sarampo desde 2019. Assim, os dois casos confirmados pelo Ministério da Saúde referem-se somente a reações cruzadas.
De acordo com a Sesapi, no estado, há sete casos suspeitos de sarampo devido à dificuldade em obter diagnósticos laboratoriais precisos quando comparados a outras doenças com quadro clínico semelhante, como dengue e chikungunya, o que possibilita reações cruzadas.
A Secretaria ressaltou que o Lacen-PI encaminhou as amostras para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, onde passarão por exames realizados por biologia molecular, capazes de confirmar ou descartar a doença.
“Há notificações para sarampo e os exames laboratoriais confirmam reações cruzadas com as arboviroses, ou seja todas [resultando] positivo tanto para sarampo quanto dengue e chikungunya. Com isso, vai pra Fiocruz”, informou a Sesapi.
Entre os sete casos suspeitos, dois foram registrados em Teresina, um em São Miguel do Tapuio e quatro em Milton Brandão.
“Dos casos suspeitos, dois são de Teresina, com amostras [enviadas] pra Fiocruz. Dois de São Miguel do Tapuio, sendo um já descartado e outro caso com amostra pra Fiocruz. Quatro de Milton Brandão, todos com quadro clínico pra arboviroses. Os que deram reação cruzada serão enviados pra Fiocruz também”, completou a Sesapi.
De acordo com o Guia de Vigilância, do Ministério da Saúde, o diagnóstico laboratorial é realizado por meio de sorologia para detecção de anticorpos específicos no sangue, que podem ser localizados desde os primeiros dias de sintomas do sarampo até quatro semanas após o aparecimento de manchas na pele.
Contágio do sarampo
Atualmente, quando um indivíduo é suspeito de estar com a doença, segundo a Fundação Municipal de Saúde de Teresina (FMS), são colhidas duas amostras de sangue, em um intervalo de 15 minutos, para a comprovação da doença. Depois são monitoradas as pessoas que tiveram contato com o enfermo.
Não existe tratamento ou remédio que mate o vírus já instalado no corpo humano. Conforme a diretora de Vigilância em Saúde da FMS, a médica Amariles Borba, é feito apenas um ‘suporte de vida’.
“A prevenção é a vacina e, no tratamento, a gente só dá suporte de vida. Acompanhamos o caso e recomendamos a hidratação e uso de antibióticos, se for preciso”, explicou.
Segundo a médica, a pessoa infectada perde peso e massa muscular. A doença pode causar sérias complicações, como pneumonia causada pela família da bactéria estafilococos, risco de derrame pleural (limitando a capacidade respiratória), e otite (infecções e inflamações do ouvido, que podem chegar a uma deficiência auditiva).
Sintomas
Um dos principais sintomas do sarampo é a febre alta e persistente e as exantemas, que são erupções avermelhadas na pele.
“Depois de 72 horas, ou seja três dias de febre, aparecem na região da bochecha, do lado interno, perto do pré-molar, uns pontinhos amarelos. A febre é contínua por alguns dias. Começam a aparecer as manchas vermelha pelo rosto, vão se espalhando e descendo pelo corpo. Quando chega na parte dos pés, as manchas vermelhas do rosto começam a secar”, explicou a médica.