Adolescente morreu em sítio que crianças foram resgatadas
De acordo com a conselheira Renata Bezerra, a situação da crianças está sendo acompanhada desde 2017. As crianças e adolescentes têm entre 4 a 17 anos e foram encaminhadas para um abrigo.
Um adolescente, não identificada, morreu por choque elétrico em 2017, no mesmo sítio onde 12 crianças foram resgatadas suspeitas de maus-tratos e trabalho infantil, na Zona Rural Leste de Teresina. A informação foi confirmada ao g1 nesta quarta-feira (1º) pela conselheira Renata Bezerra, do 2º Conselho Tutelar.
“A situação dessas crianças está sendo acompanhada desde 2017, quando houve uma investigação sobre a morte de um adolescente por choque elétrico. No decorrer do tempo, outras pessoas denunciaram a tia, que cuidava das crianças, por maus-tratos e trabalho infantil”, revelou a conselheira.
Seis das 12 crianças resgatadas prestam depoimento à delegada Lucivânia Vidal, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), nesta quarta-feira. As crianças e adolescentes têm entre 4 a 17 anos e foram encaminhadas para um abrigo.
Segundo a conselheira, foram feitas várias investigações e a 1ª Vara da Infância e da Juventude decidiu retirar as crianças do sítio e recolher elas em um abrigo para continuar a apuração do caso.
“Não podemos dar detalhes desse caso, porque está em segredo de justiça. Estamos fazendo todo o levantamento de dados. A tia com que as crianças moravam não tinha a tutela delas, inclusive está grávida, e a família é de baixa renda.
A polícia investiga se as crianças e adolescentes resgatados estariam trabalhando em carvoaria, segundo o gerente de direitos humanos da Prefeitura de Teresina, André Santos.
“Os relatos eram de que havia violência psicológica, física, agressão. De que elas estariam fazendo trabalhos fabricando carvão. Assim, vários relatos foram feitos até chegar ao ponto da juíza expedir a busca e apreensão das crianças”, informou o gerente.
Resgate
A Polícia Civil do Piauí resgatou as 12 crianças na terça-feira (31). Segundo a delegada Lucivânia Vidal, participaram da ação as polícias Civil e Militar, além do Conselho Tutelar, a Gerência de Polícia Especializada e a Gerência de Direitos Humanos da Prefeitura de Teresina.
“Fizemos o cumprimento e resgatamos 12 crianças, com média de idade de oito anos, mas havia crianças de quatro e adolescentes de 16 anos “, informou a delegada ao g1.
O que os agentes flagraram no local foram as 12 crianças vivendo na casa com uma tia e sem informações sobre os pais, elas estavam vivendo com a mulher após um conflito de família. Todos são filhos de três irmãs que, conforme o gerente, estariam em disputa por uma herança.
Quando chegaram ao local, segundo a Gerência de Direitos Humanos da Prefeitura de Teresina, parte das crianças ainda estava dormindo e as demais estavam se preparando para ir à escola. Todas foram levadas para um abrigo após decisão da 1ª Vara da Infância e da Juventude de Teresina.
“Esse processo se arrasta desde 2017, portanto há cinco anos. Desde então o caso tem sido investigado, é um processo extenso. A investigação policial vai apurar exatamente o que aconteceu, mas a preocupação do momento era o zelo pelas crianças, tirar elas do local e garantir que elas estão bem”, informou o gerente André Santos.
Enquanto durarem as investigações, as crianças ficarão em um abrigo na capital.