Política

Eduardo Leite será candidato ao governo do Rio Grande do Sul

Depois de tentar ser o candidato tucano à Presidência da República, o ex-governador amarrou a costura com o MDB para a disputa gaúcha

O ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) anunciou, nesta segunda-feira (13/6), a candidatura ao governo do estado. Leite havia deixado o governo em março deste ano para tentar ser o nome do PSDB à Presidência da República, mesmo tendo perdido as prévias no partido para o ex-governador de São Paulo João Doria.

Ele chegou a conversar com o PSD, que oferecia a ele a vaga para a candidatura. No entanto, a articulação não prosperou.

A costura para a candidatura de Leite passa pela aliança nacional firmada entre PSDB e MDB em torno da candidatura de Simone Tebet (MDB) ao Planalto. O PSDB indicará um nome para ser vice de Tebet e o MDB indicará, agora, o vice de Eduardo para o governo gaúcho.

“Princípios”
Ao anunciar sua candidatura, Leite descumpriu uma promessa que sempre fez: a de não ser candidato à reeleição. No entanto, ao anunciar seu nome nesta segunda, ele tentou justificar sua candidatura considerando que “mudou de ideia, mas não de princípios”. Ele, alegou que, ao deixar o cargo em março, todas as suas possibilidades se abriram.

“Essa decisão é uma decisão coletiva. Ouvi diversas opiniões, não só a minha”, disse. “É legítimo, é benéfico, separar o governador do candidato e eu só concorreria dessa forma. O Rio Grande do Sul virou o jogo, mas o jogo não terminou.”

“Estar fora do cargo é a única condição para que eu e possa disputar de novo o governo”, disse ao anunciar a candidatura.

“Mudei de opinião mas não mudei de princípios”, disse. “A renúncia me dá essa condição”.

Na semana passada, o presidente do PSDB , Bruno Araújo (PE), anunciou o apoio da legenda à candidatura de Tebet. O nome mais provável para ser vice de Simone é o do senador Tasso Jeireissatti (CE).

O que diz a lei
Apesar de o governador tentar apresentar seu nome como “candidato” e não como de um “governador tentando uma reeleição”, segundo definições elencadas por ele próprio na entrevista, a Justiça eleitoral não entende dessa forma.

A lei entende que trata-se da mesma pessoa concorrendo ao mesmo cargo do qual tomou posse em 2019. Mesmo tendo renunciado após 3 anos e 3 meses de mandato, a lei impede, por exemplo, que Leite se candidatar novamente ao Piratini em 2026. O atual governador, Ranolfo, por sua vez, só poderia concorrer a governador em 2022 e ficará sem cargo eletivo.

“Plano B”
Leite, ao anunciar a candidarura, negou que sua primeira intenção fosse ser candidato à Presidência e rebateu às críticas de que agora tenta o plano B de se candidatar ao governo.

“Se o ‘plano A’ fosse ser candidato à Presidencia da República, eu teria trocado de partido”, justificou.

“O plano A era dar a melhor contribuição possível ao país”, disse o tucano.

3ª Via
Leite disse ainda que seu objetivo é se colocar em uma candidatura contrária à polarização entre os ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o atual governante, Jair Bolsonaro (PL), de quem Leite foi aliado quando se elegeu em 2018.

Agora, Leite classifica as duas forças políticas como populistas e apresenta essa polarização como motivação para sua pré-candidatura.

“Adversários com posições populistas me fizeram entender que eu deveria colocar o coletivo na frente do individual e que era preciso ouvir mais vozes e não somente a minha própria voz”, disse.

“Me sinto responsável e comprometido para que o estado não se perca no caminho, não tenha retrocessos. Temos contas e salários em dia, fazendo investimentos e isso nos faz sonhar com o futuro. Antes não tínhamos noites de sono, com credores batendo à porta”, disse.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo