População está mais exposta a Covid-19 sem dose de reforço
O pesquisador Emídio Matos afirmou que a eficiência da vacina reduz em um período de 4 a 5 meses e é importante tomar o imunizante no tempo certo.
Pela quarta semana consecutiva a taxa de positividade da Covid-19 no Piauí aumentou e atualmente corresponde a 5,93%, número superior ao que a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta para indicar que a epidemia está sob controle, que seria menor que 5%.
Especialistas fazem um alerta para que a população obedeça o decreto estadual que voltou com a obrigatoriedade do uso de máscaras em locais fechados, assim como a necessidade de concluir o esquema vacinal, tomando as doses de reforço.
O professor doutor Emídio Matos, pesquisador em saúde e membro do Comitê de Operações Emergenciais de Combate a Covid-19 (COE) reforçou a importância da vacinação para evitar mais casos e óbitos pela doença.
“A efetividade da vacina reduz a cada quatro/cinco meses, e isso não é um situação linear, não acontece igual para todo mundo, mas o fato é que sem as doses de reforço, sem fazer a vacinação no tempo correto, uma parcela da população fica mais exposta a contaminação pelo vírus e ao adoecimento grave e eventualmente ao óbito, então isso complica porque mantém vírus circulando”, explicou.
De acordo com o presidente da Fundação Municipal de Saúde, Gilberto Albuquerque, atualmente 99,9% da população teresinense está com a primeira e a segunda dose da vacina contra a Covid, mas muitas pessoas ainda precisam buscar as doses de reforço.
“Percebemos que com os aumentos dos casos muita gente buscou os postos de vacinação para completar o esquema vacinal. É importante está com as vacinas em dias, porque existe o tempo em que a imunidade vai caindo e o reforço é pra manter o nível alto de imunidade”, destacou o presidente.
No Piauí, a coordenadora de Epidemiologia/CIEVS da Secretaria de Saúde do Piauí, Amélia Costa informou que o estado tem mais de 90% de cobertura das duas doses, mas na terceira e a quarta doses, que são o reforço, não chega a 60% de cobertura vacinal.
Como saber se você está com o esquema vacinal completo?
1ª e 2ª doses: todos a partir de 5 anos já devem ter tomado;
3ª dose: todos a partir de 12 anos já devem ter tomado;
4ª dose: adultos imunossuprimidos, trabalhadores da saúde e qualquer pessoa a partir de 40 anos de idade já podem tomar.
4 meses é o intervalo mínimo entre uma dose e outra dos imunizantes contra a Covid.
Pandemia não está sob controle
A coordenadora de Epidemiologia da Sesapi, Amélia Costa, diz que os dados são um alerta e que a Covid-19 está crescendo em todo o Brasil e falou da preocupação sobre os casos positivos retidos nos municípios.
A coordenadora ressaltou que, por conta dessa situação, a Sesapi, durante monitoramento dos 224 municípios, expediu uma orientação técnica de como fazer o registro de casos. “A nossa preocupação, na realidade, é de as pessoas entenderem que a Covid está sob controle, mas não está de maneira nenhuma. Nós estamos no engrandecimento de uma doença grave e, inclusive, o uso de máscaras em ambientes fechados”.
Fim da pandemia está próximo?
De acordo com professor Emídio é importante não colocar uma perspectiva de ansiedade. “A OMS e outras entidades de saúde ao redor do mundo tem dito que a gente vai precisar coabitar com o vírus, o que significa que ele não vai desaparecer de uma hora pra outra né? Então está aí uma perspectiva de sete a dez anos para gente aprender a coabitar com o coronavírus”.
Para chegar a este estágio, a vacinação é um ponto fundamental, mas segundo Emídio a imunização precisa acontecer de forma equânime no mundo; “não adianta vacinar uma parcela da população de um determinada cidade, de um determinado bairro e deixar outra parcela descoberta porque mais uma vez você deixa parcela suscetível a infecção e você mantém o vírus circulando. Então é preciso fazer isso é de maneira organizada no mundo inteiro porque só assim a gente vai conseguir de fato vencer a pandemia.”
O pesquisador destaca ainda que a pandemia tem ensinado de maneira forçada sobre coletividade. “O viver em coletividade é fundamental pra que a gente possa de fato viver bem”.
Fonte: clubenews.com