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UESPI: estudantes desenvolvem forno à base de energia solar

A criação utiliza o calor do sol para aquecer o alimento, em vez das tradicionais placas solares. Ideia é disponibilizar o material para famílias de baixa renda que não têm acesso ou condições financeiras de adquirir um botijão de gás.

Engenharia Elétrica da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) desenvolveram um forno à base de energia solar, usando o calor do sol, em vez das placas solares. O projeto, que está em desenvolvimento há 8 meses, tem sido testado com o preparo de alimentos disponíveis na cesta básica do brasileiro.

De acordo com Riquelme Santos, estudante de 20 anos e um dos responsáveis pelo projeto, a ideia surgiu após as constantes altas no preço do gás de cozinha no país. Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio do botijão de gás de 13 quilos é de R$ 120 no Piauí.

Segundo o professor e orientador do grupo, Juan Aguiar, a ideia é de que o forno fique disponível para populações de baixa renda, comunidades mais afastadas que não tenham acesso ou condições financeiras de adquirir o gás de cozinha.

“A partir do momento que nós iniciamos a pesquisa pra poder desenvolver uma solução mais barata ao cozimento de alimentos, a gente priorizou itens da cesta básica, porque a ideia é ter uma solução barata, prática e que seja de uma fonte abundante: o sol. Esse fogão tem que ser acessível e barato”, explicou o professor.

De acordo com o professor, o princípio básico para o funcionamento do protótipo é o mesmo causado pelo efeito estufa. O forno é uma câmara de armazenamento de energia térmica, onde o equipamento capta os raios solares para dentro do forno e esquenta o alimento.

Ele comparou ainda ao efeito causado no interior de um carro exposto ao sol, em que o raio solar passa pelo vidro, reflete para dentro, mas a energia térmica não volta, ficando armazenada e esquentando lá dentro.

Estudantes desenvolvem forno de baixo custo à base de energia térmica do sol em Teresina — Foto: Reprodução

Durante o segundo semestre do ano, de acordo com a meteorologia, os dias (período com raios solares) duram em média 72 horas por semana na cidade de Teresina.

“A diferença pro carro é porque o carro não tem outra superfície para estar refletindo e aumentando essa absorção de energia térmica. Diferentemente do forno, ele foi feito não só pra acontecer o efeito estufa, mas pra que ele seja intensificado”, explicou Juan.

Materiais de baixo custo

Professor e alunos de Teresina que desenvolveram forno que utiliza energia solar — Foto: Reprodução

Entre os materiais usados para a produção do forno estão vidro, madeira, materiais reflexivos e outros produtos de baixo custo. E de acordo com Riquelme, os testes com os alimentos continuarão ao longo dos próximos meses. Já foram realizados testes com arroz e ovo.

“Os testes duraram cerca de 1 hora para o arroz e quinze minutos para os ovos. Em relação ao cozimento dos alimentos, nós colocamos eles por volta das 9 horas, que é quando geralmente as pessoas começar a preparar o almoço” , explicou o aluno.

Os próximos testes serão realizados com feijão, macarrão e bolos. O protótipo ainda passará por mais avaliações para aperfeiçoamento e não tem previsão de quando será disponibilizado para população.

Fonte: g1piauí.com

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