Dados divulgados pelo Serviço de Inteligência da Polícia Militar mostram que o número de armas de fogo apreendidas no Piauí aumentou 20% neste ano, em comparação com 2021. Segundo o diretor de Inteligência da PM-PI, coronel Jacks Galvão, com a alta nas apreensões, criminosos têm recorrido a outro meio para conseguir armas de fogo: roubando policiais e seguranças armados.
“Nesses casos de policiais, sabemos que nós somos vítimas em potencial. O policial anda armado 24 horas e para isso ele tem que ter recebido um treinamento, mas infelizmente, no momento de descuido, uma abordagem surpresa, ele pode tentar reagir. O número de mortes nos casos de assalto a policiais tem se acentuado, mas a gente tem combatido, inclusive temos um programa de treinamento específico para essas situações onde você está armado e em situação de folga, toda nossa tropa vai passar por esse treinamento, mas a gente percebe que principalmente quando você aumenta as apreensões de arma essas quadrilhas, esses criminosos, partem para outra situação de como vão adquirir essas armas: roubando de um policial ou segurança”, comentou o diretor.
O coronel Jacks apontou que um dos motivos para o aumento das apreensões é a maior facilidade para o cidadão adquirir armas.
“Desde as alterações ocorridas em 2019, onde se houve uma facilitação maior na aquisição de armas, principalmente pelo cidadão, esse número aumentou consideravelmente. Armas que antes eram usadas apenas pelas forças policiais e pelas Forças Armadas, como os calibres 9mm e .40, passaram a ser também permitidas ao cidadão comum, que hoje pode comprar até quatro armas. Com essa permissão, pelo número de vendas que cresceu em todo o Brasil e no Piauí não foi diferente, percebemos que nossas apreensões já cresceram muito. Se formos comparar só o primeiro semestre de 2022 com o primeiro semestre de 2021, as nossas apreensões aumentaram em 33%”, comentou o diretor.
Na última quarta-feira (13), um homem foi preso durante a Operação Santa Maria Segura VI, suspeito de alugar arma de fogo para criminosos. Questionado sobre esse tipo de prática, o coronel afirmou que pessoas que emprestam ou alugam armas registradas para criminosos podem responder por vários crimes.
“A pessoa que empresta ou aluga neste caso vai responder pelos mesmos crimes. Temos uma parceria com a Polícia Civil, praticamente dobramos o nosso número de cumprimento de mandados de prisão, e percebemos que essas armas são armas legais, estão registradas em nome de cidadãos comuns. Em um dos últimos homicídios ali na região de Piripiri, foi apreendida uma arma que foi recentemente lançada por uma fabricante, o que mostra que já estava nas mãos de criminosos”.
“Quando a arma está registrada no nome de alguém que não tem passagens, começamos a imaginar que essa pessoa foi utilizada para adquirir a arma ou que essa arma está sendo alugada ou emprestada, porque tudo fica registrado, inclusive a pessoa que tem a arma no seu nome vai perder todos os seus registros, além de responder também por crimes: pode responder por porte ilegal, associação ao tráfico e organização criminosa”, explicou o coronel.
Fonte: clubenews