Órgãos de babá baleada serão transplantados em outro estado
A família de Juliana, após receber a notícia da morte, decidiu pela doação dos seus órgãos.
Por falta de medicamento no Hospital Getúlio Vargas (HGV), os rins da Juliana Silva, que morreu nove dias após ser atingida por disparo de arma de fogo na cabeça, foram transferidos para transplante em outro estado. O hospital está sem o Simulect, utilizado em pacientes que vão realizar transplante de rim. Ele é indicado na profilaxia da rejeição aguda de órgãos em transplante renal de novo, em adultos e pacientes pediátricos.
Juliana é a terceira vítima a não resistir aos ferimentos provocados durante um tiroteio envolvendo uma discussão familiar, dentro de uma casa no bairro São Pedro, na zona Sul de Teresina, que também vitimou os cunhados Daniel Flauberth Gomes Nunes Leal e Felipe Guimarães Martins Holanda.
A família de Juliana, após receber a notícia da morte, decidiu pela doação dos seus órgãos. À TV Clube, chegou a denúncia de que os rins não foram transplantados em um paciente piauiense porque o HGV está sem a medicação necessária para o transplante desse órgão. No Piauí, apenas o transplante da córnea será realizado.
A Central de Transplantes do Estado do Piauí informou que a responsabilidade pela aquisição dos insumos é do estabelecimento credenciado, no caso o HGV.
Procurada pela produção da TV Clube, a Fundação Estatal Piauiense de Serviços Hospitalares (FEPISERH) esclareceu que está com dificuldade de encontrar no mercado o medicamento Simulect, utilizado em pacientes que vão realizar transplante de rim. Atualmente, apenas uma distribuidora no estado fornece esse medicamento.
Diante da urgência do caso, a instituição está buscando um medicamento similar em Curitiba (PR). A FEPISERH ressaltou que já foi realizado uma dispensa de três meses para que a substância similar possa substituir o remédio estiver em falta.
Falta de medicamento virou rotina, denuncia APREPI
Ao Portal ClubeNews, Jocélia Ciriaco, da Associação dos Pacientes Renais Crônicos do Piauí (APREPI), citou que a falta desse medicamento necessário no transplante de rim deixou de ser pontual e virou “coisa de rotina.
“Eu acredito que eles estão fazendo pequenas compras desse medicamento porque faz duas, três cirurgias e já acabou. De janeiro para cá, nós sabemos de pelo menos três doações que deixaram de ser efetivadas. Não tinha medicação para fazer. Então, são três doações, seis rins e seis pessoas que não goram beneficiadas na lista de espera no Piauí’.
Jocélia lamenta a situação e ressalta que dos três hospitais que faziam esse tipo de transplante, apenas um está credenciamento. “Antes, o Piauí fazia várias transplantes, agora é só córnea e rins, sendo que o do rins está nessa situação, lamentável. As famílias estão fazendo sua parte, doando os órgãos, mas o Estado está falhando e negligenciado a sua participação nisso”.
Fonte: clubenews.com