Esquema com primeira-dama do Piauí tinha contratos superfaturados em 40%
Segundo o superintendente da CGU no Piauí, Glauco Ferreira, ainda não é possível calcular o prejuízo total causado pelas fraudes
O esquema de desvio de dinheiro do transporte escolar do Piauí causou prejuízo estimado de, ao menos, R$ 50 milhões, de acordo com a Polícia Federal. O valor representa 40% do custo total dos dois contratos investigados entre a Secretaria de Educação do Piauí e empresas do setor.
Segundo o superintendente da CGU no Piauí, Glauco Ferreira, ainda não é possível calcular o prejuízo total causado pelas fraudes, porque as mesmas empresas ainda mantêm contratos com o governo do estado e prefeituras.
“Não dá para estimarmos com precisão o prejuízo efetivo, porque há contratos diversos que ainda são executados pelo grupo de empresas. E os contratos são distintos: prestação de serviços de transporte em municípios diferentes, contratos relacionados a locação de veículos.”
Ferreira acrescentou que, se o prejuízo em todos os contratos do governo do estado com as empresas for de 40%, a fraude poderá quase quadruplicar. “De todo modo, se fizermos uma projeção do prejuízo de 40% de tudo o que foi executado, se extrapolarmos por tudo o que o grupo recebeu, chegaria a R$ 191 milhões.”
Como mostramos, a primeira-dama do Piauí, a deputada Rejane Dias (PT), é alvo de buscas em sua casa e gabinete da Câmara. Ela era secretária estadual de Educação entre 2015 e 2018, quando os contratos fraudados foram firmados.
Segundo os investigadores, Rejane e familiares teriam recebido vantagem indevida no esquema. Os recursos saíam do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e do Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (Pnate).