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IFPI vai apresentar projeto inédito na CASE 2022

Conferência Anual de Startups e Empreendedorismo é o mais importante evento do setor na América Latina e o IFPI ficou entre os seis selecionados do Brasil.

O Piauí vai marcar presença na 9ª Conferência Anual de Startups e Empreendedorismo (CASE 2022), que ocorrerá nos dias 17 e 18 de novembro, na Transamérica Expo Center, em São Paulo. Trata-se do maior e mais importante evento de Startups e Empreendedorismo da América Latina.

No evento, o Piauí será representado pelo Instituto Federal (IFPI), que foi um dos seis selecionados do Brasil para estar na conferência e vai apresentar o Projeto OP Image Viewer, um equipamento planejado e desenvolvido pelo professor Otílio Paulo, coordenador do laboratório de Inovação Gruna Labs. Na CASE 2022, o projeto será apresentado pelo professor Otílio Paulo e o estudante Aroldo Lenon.

Além do Instituto Federal do Piauí, foram selecionados na CASE 2022, os estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Pernambuco e Bahia.

“Esse projeto nasceu a partir do doutorado com pesquisa em câncer de mama, quando construímos os algoritmos”, disse o professor, explicando que o equipamento está na fase de registro de patente e registro de software.

O OP Image Viewer consiste num equipamento que vai revolucionar o tratamento de câncer de mama. “Ele vai permitir ao médico leituras mais exatas da ressonância magnética, com a inteligência artificial, o profissional da medicina poderá enxergar, através do contraste, as características tumorais, ver as regiões internas e acompanhar a evolução do tratamento”, disse, afirmando que tudo hoje essa leitura é feito somente com a visão humana.

“Com o OP Image Viewer, o especialista poderá ver as regiões em destaques, todo o habitar tumoral e terá uma melhor visualização do câncer”, disse.

A ideia foi concebida durante o mestrado e o doutorado do professor e só começou a ser executada há um 1 ano e 7 meses. “Me formei na Universidade Federal do Maranhão em 2020, fiz mestrado e doutorado na área de processamento e análise de imagens”, diz, citando que tinha um caso de câncer de mama na família e quando chegou ao mestrado, o professor questionou se ele não queria enveredar por esse caminho de pesquisa.

O professor explica que não é hábito do médico usar ressonância, grande parte dos especialistas analisam as imagens de mamografia, um exame radioativo, que pode ser feito uma vez por ano ou no máximo duas vezes para quem é do grupo de risco. Então, essa visão semestral para avaliar o efeito do tratamento, a evolução ou regressão da doença é muito tempo. Em caso de regressão, tudo bem. No entanto, se o medicamento não surtiu o efeito esperado, a doença pode evoluir rapidamente de forma agressiva e atingir outros órgãos.

No caso da ressonância, ela pode ser feita todos os meses e a leitura de imagem do OP Image Viewer vai permitir ao médico, com dados mais precisos, analisar o nível de agressividade do tumor por meio do agente de contraste, mostra onde há maior concentração das células tumorais.

“Com essa análise mensal das imagens, o médico, em menos tempo, pode mudar assertivamente o tratamento e isso trará benefício para o paciente e ajuda a reduzir o número de óbitos”, diz o professor, enfatizando que existe no mercado visualizadores de imagem, mas não com inteligência artificiar para auxiliar no diagnóstico.

No momento, o equipamento foi feito para analisar imagens de ressonância do câncer de mama, mas há projetos para ampliação da pesquisa para abranger outros tipos de cânceres, como pulmão, rim, fígado e outros órgãos.

IFPI incentiva o ensino e a pesquisa aplicada

O projeto envolve oito alunos de Análise de Desenvolvimento de Sistema (ADS) e tem também alunos de administração, Mecânica e do curso técnico de Desenvolvimento de Sistema.

“No IFPI temos o objetivo claro de incentivar o ensino, a pesquisa aplicada, a extensão tecnológica e a inovação e nossa expectativa é virar uma startup ou uma spinoff, uma empresa que sai de outra empresa, no caso, uma empresa que sai do IFPI, e os alunos envolvidos serão CEO e funcionários da empresa”, explica o professor, enfatizando que a meta é atender médicos, clínicas e hospitais em todo o País, com um preço estimado para ser acessível ao mercado.

No IFPI, no laboratório, o professor contou com o apoio dos alunos que ajudaram, como estagiário, no projeto, como Aroldo Lenon, Marcos Vinícius, Dnajá Araújo, Matheus Levi, Mariana Oliveira, Temistocles Carvalho, Vinícius Roosevelt, Werton Pereira, Danielle Simões, Giovanne Omar e Romero Antonio.

O Projeto contou com apoio do Ministério da Educação (MEC), do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES), que gerencia todos os projetos no Brasil e também do SEBRAE.

O resultado final, segundo o professor, já valeu a pena. Afinal, é bom contribuir para ciência e ver também o empenho dos alunos envolvidos. “Ouvimos depoimentos de estudantes que chegaram a afirmar que jamais imaginaram ser capazes de ajudar e contribuir com um projeto dessa magnitude”, disse.

Outros projetos

Além do OP Image Viewer, o IFPI desenvolve outros projetos, como o Apraxia, sob a coordenação do professor Rogério Batista, voltado para área de fonoaudiologia. Trata-se de um aplicativo com inteligência artificial que estimula a pessoa a voltar a falar, após um AVC. O projeto está na busca de investidores e até o final do ano será mostrado em Brasília.

Ainda há também o Ovision Ovinocultura, voltado para o agronetec. É um aplicativo que analisa as características morfológicas do animal com visão computacional, indicando a qualidade da carne do ovino para o abate. Segundo Otílio Paulo, é um projeto que agrega valor à ovinocultura.

No IFPI, os projetos contam ainda com os professores Lilian Cristina (Gestão de marketing), Ana Cláudia (Gestão administrativa),  Marina Bezerra da Silva (Gestão de inovação), Rogério Batista (coordenador de projeto), Francisco Valdivino (Gestão de propriedade intelectual), Gilvan Moreira (Gestão em parcerias), Valéria Oliveira (Gestão em tecnologia) e Duany Dreyton.

Fonte: meionorte

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