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Associação faz rifa para comprar abafadores para crianças autistas

O uso de headphones e abafadores de sons estão entre as principais técnicas utilizadas para minimizar os impactos causado pelo barulho.

Com as proximidades da Copa do Mundo e das festas de final de ano, a Associação de Familiares e Amigos de Pessoas Autistas (Prismas) organizou uma rifa para comprar abafadores de sons para serem doados as crianças com Transtorno do Espectro Autista (Tea). O uso de headphones e abafadores estão entre as principais técnicas utilizadas para minimizar os impactos causado pelo barulho provocado pela queima de fogos de artifício.

“Como nós não temos recursos, nós estamos fazendo uma rifa solidária, que custa R$ 10 o ponto. Com esses recursos, nós iremos comprar abafadores adequados com no mínimo 29 decibéis para poder diminuir o ruído para essas crianças”, explicou Elizangela Oliveira, presidente da Prisma.

A Associação Prismas está organizando essa campanha que também beneficiará crianças da Associação de Amigos dos Autistas do Piauí(AMA-PI) e a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Teresina (Apae).

Além disso, famílias que têm crianças autistas em seu núcleo em outras cidades do Piauí também vão ser ajudadas. Elizângela contou que, ao todo, 182 pessoas do Piauí estão na fila na esperança de conseguir os abafadores.

O ponto para ajudar na rifa, pode ser comprado no Instagram da Prismas. O resultado sairá nesta quinta-feira (10). Devido às proximidades das festividades de fim de ano e da Copa do Mundo, a organização pretende doar estes aparelhos o quando antes às famílias de autistas que solicitaram.

Hipersensibilidade

Segundo especialistas, a maioria das pessoas com TEA apresentam hipersensibilidade e sentem de forma mais intensa os estímulos no ambiente. No Piauí, uma lei estadual que proíbe o manuseio, utilização, queima de fogos de estampidos e de artifícios possuem efeito sonoro ruidoso, entretanto, ainda é comum a soltura de fogos.

O neuropediatra Ricello Lima explicou que headphones ajudam a melhorar a experiência para essas pessoas, mas os produtos são vendidos em outros estados.

“Os headphones são capazes de filtrar esse som e deixar essa experiência do barulho um pouco mais confortável para que a criança não fique irritada. E quando esse transtorno for muito persistente, a gente recomenda que seja feito um tratamento de terapia do tipo integração sensorial com um terapeuta ocupacional”, explicou o médico.

A hipersensibilidade auditiva levou Kalel ao atendimento médico após a queima de fogos próximo a sua casa. A mãe dele, Kamila Araújo, contou que o filho ficou bastante agitado e foi levado para o hospital.

“Primeiro ele ficou parado, depois ele começou a gritar, e corria de um lado para o outro, gritava e chorava, colocava a mão no ouvido”, contou.

A neuropsicóloga Katyussia Ludwig explicou que a queima de fogos traz a desorganização mental , além de gerar muitos gatilhos e crises em autistas, idosos.

“Então o meu alerta é pra que a gente possa ter empatia, comemorar as nossas vitórias, as festas de fim de ano, porém, pensando que esse barulho, esses fogos podem gerar muito desconforto, desorganização e muitos problemas de ordem emocional, inclusive crises de pânico em crianças, adultos, idosos, animais”, pediu a profissional.

Fonte: g1piauí 

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