Merlong ataca Bolsonaro para esconder irregularidades do Governo do PT no Piauí

Nesta quarta-feira (19), o deputado federal Merlong Solano (PT), que assumiu com a morte de Assis Carvalho, disse que o presidente Jair Bolsonaro está carreando recursos do orçamento da União para pagamentos da dívida pública e com isso assume compromisso de patrocinar os lucros do setor financeiro.

O parlamentar petista parece ignorar completamente o que acontece no governo do estado que representa. Em pouco mais de uma década e meia o governador Wellington Dias (mesmo partido) praticamente dobrou a dívida pública do Piauí, que saltoude R$ 2,3 bilhões em 2003, quando ele assumiu, para a cifra de R$ 5,56 bilhões no presente exercício.

O Piauí entende muito bem, portanto, de alimentar os lucros do sistema bancário. A maior parte destes valores está comprometida com o sistema financeiro. Sejam bancos nacionais, como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, sejam bancos estrangeiros, como Banco Mundial e BIRD (Banco Interamericano de Reconstrução e Desenvolvimento). 

O deputado do PT acusa o presidente Bolsonaro de aumentar o orçamento do Ministério da Defesa de R$ 73 bilhões para R$ 108 bilhões. Segundo ele, ao mesmo tempo em que isso acontece, teriam sido desfalcados recursos do setor educacional. O parlamentar ignora completamente a militarização da Secretaria de Educação do Estado e de setores estratégicos do Palácio de Karnak, conforme temos noticiado neste espaço.

Ignora também o pouco caso que o governo do seu estado com a educação, governo que ele representa porque foi secretário de Governo até recentemente e elevado a postos políticos graças aos atos praticados nesta mesma administração. Basta ver o caso lamentável da Operação Topique, da Polícia Federal, que apura desvios de aproximadamente R$ 200 milhões na Seduc.

Certamente, o deputado entende que alterar o orçamento deve ser algo mais grave do que desviar recursos, conforme o governo que ele representa é acusado. Polícia Federal, Controladoria Geral da União e Ministério Público Federal estão juntos na acusação. 

Segundo ele, em seu vídeo controverso, os reitores de universidades federais e institutos federais de Educação, na verdade, em grande parte, seus companheiros diletos de lutas políticas e até partidárias, reclamam de redução nos recursos ao setor. Não reclamaram quando a então presidente do PT, Dilma Roussef, cortou R$ 10 bilhões em recursos da educação. Nem ele, Merlong, disse nada. Ficou calado, como sempre ficam, os petistas quando o escândalo os envolve.

No máximo, dizem que é intriga da oposição. Estão sendo perseguidos, Ainda conforme suas palavras, por conta das ações do presidente da República, o país pode retroceder. Esquece que o Piauí parou no tempo. A economia piauiense estacionou mais precisamente em 1946. Basta ver a participação do estado no PIB (Produto Interno Bruto) da nação: cerca de 0,6%. Há 74 anos era 0,5%.

Pior do que isso. O PT, partido do deputado, repita-se, está no poder há pelo menos 20 anos, e nada fez para mudar essa realidade Pelo contrário. Tem contribuído para manter a mesma condição e até agravá-la na medida em que compromete parte considerável das receitas com o sistema bancário. Realmente, o que certos elementos do PT dizem não deve ser anotado. Nem analisado. Porque tudo o que eles dizem depõe contra eles próprios. (Toni Rodrigues)