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PM é indiciado por morte de menina de 6 anos durante assalto

Ao g1, a defesa do policial militar informou que irá recorrer junto ao Ministério Público.

O Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) concluiu a investigação sobre a morte da menina Débora Vitória, de 6 anos, durante um assalto no bairro Ilhotas, Zona Sul de Teresina, e indiciou o policial militar por homicídio doloso. O inquérito policial foi finalizado nesta terça-feira (13).

Ao g1, a defesa do policial militar informou que irá recorrer junto ao Ministério Público.

A delegada Nathália Figueiredo informou que o tiro que matou a menina foi disparado pelo policial militar que reagiu ao assalto. A constatação foi possível após a realização da microcomparação balística e requisição complementar.

“O que foi encontrado no corpo da criança porque, na verdade, o projétil, ele transfixou o braço esquerdo, passou pela região do tórax e ficou alojado no braço direito. Só que o que ficou alojado foi o núcleo de chumbo que, microscopicamente, não daria para se fazer uma microcomparação balística. No entanto, quando foi realizado o local de crime, a perícia coletou um encamisamento e nele estava em uma poça de sangue. Por isso que foi feito o exame de DNA. Eu queria saber se aquele sangue encontrado no encamisamento era, de fato, da Débora. E, através do exame, a gente constatou que sim. A partir do momento que a gente soube que o encamisamento estava sujo com o sangue da criança, foi necessário saber se, de fato, esse encamisamento pertencia a esse núcleo de chumbo”, afirmou.

“Foi feito, em um primeiro momento, uma análise se esse encamisamento tinha compatibilidade com os projéteis que eram tanto da arma apresentada pelo policial militar quanto da arma artesanal. Através do exame, houve compatibilidade do encamisamento com a arma apresentada pelo policial, então, nós sabíamos que aquele encamisamento tinha como origem um projétil que teria sido disparado por essa arma. E, através de uma análise microscópica, chegou-se à conclusão que o núcleo de chumbo pertencia a esse encamisamento”, complementou a delegada Nathália Figueiredo.

Para a delegada, tratou-se de dolo eventual, quando não há vontade para se praticar um determinado resultado, mas a pessoa assume o risco.

“Mesmo que a pessoa não queira praticar um determinado resultado, ela continua praticando a conduta assumindo o risco desse resultado acontecer. Então, nessa situação, eu entendi que, em relação ao policial, houve dolo eventual em relação ao homicídio da criança. Repito, não houve uma vontade direta de praticar, mas, de certa forma, na situação que aconteceu, em que houve troca de disparos e, tanto a criança quanto a mãe estavam na linha de tiro, então, de certa forma, ele assumiu o risco realizando os disparos mesmo com a presença de civis”, explicou.

Com a finalização do inquérito, ele será encaminhado à Justiça.

Protesto

Nesta segunda (12), familiares, vizinhos e amigos da família da menina Débora Vitória fizeram um protesto diante do Fórum Cível e Criminal de Teresina para cobrar agilidade na conclusão do inquérito que investiga a morte, e pedir pela prisão do policial militar. Eles estenderam cartazes e balões brancos em homenagem à menina, e gritaram pedindo por “Justiça”.

Entenda o caso

A manicure Dayane Gomes e sua filha Débora Vitória, de seis anos, foram atingidas por disparos de arma de fogo durante um assalto. De acordo com Dayane, um policial que estaria bebendo em um bar próximo ao local reagiu ao assalto e o tiro que atingiu a criança teria partido do PM.

A mãe foi atendida e liberada após atendimento médico. Já a menina foi atingida no abdômen e faleceu na última sexta-feira (11), no bairro Ilhotas, Zona Sul de Teresina.

O suspeito de assalto foi preso horas depois, pela Polícia Militar. Trata-se de Clemilson da Conceição Rodrigues, de 29 anos, nascido em Santa Inês, no Maranhão, e conhecido na região como Morcego. Segundo o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), ele respondia por diversos crimes violentos: feminicídio, assalto, tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. Ainda segundo o DHPP, Clemilson deveria estar usando uma tornozeleira eletrônica, mas o equipamento foi rompido.

Clemilson da Conceição foi indiciado por tentativa de latrocínio contra a mãe de Débora Vitória.

Fonte: G1 Piauí

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