Política

Rafael Fonteles cultiva imagem de fortuna e poder, enquanto Piauí afunda drasticamente

Recursos são destinados a duas finalidades apenas: gestão da folha de pessoal e obras eleitoreiras.

Rafael Fonteles foi apresentado ao piauiense como a solução para nossa economia. Seria ele, na condição de secretário, o elemento capaz de revitalizar e reverter as condições precárias em que se encontra o nosso estado praticamente desde os anos 40.

Houve alguns surtos momentâneos de desenvolvimento, verificados especialmente nos anos 60 e 70, por conta de obras impactantes promovidas pelos governos militares. Desde então o governo tem sido um mero gestor de folha de pagamento.

E no governo Wellington Dias a situação se acentuou ainda mais porque praticamente todos os recursos são destinados a essa finalidade. A outra é promover obras de cunho eleitoreiro, como calçamento nas cidades, que seria de responsabilidade das prefeituras municipais, e asfalto sem qualidade nas rodovias estaduais.

Não estamos falando de transferências constitucionais ou receita própria, decorrente da arredação do estado. Estamos falando de dinheiro emprestado. Desde muitos anos que o Piauí vive apenas em função de empréstimos. Já somam na atual gestão nada menos que R$ 5,5 bilhões, conforme a Secretaria do Tesouro Nacional.

O garoto-prodígio se transformou num fenômeno. Mas tudo acontece apenas em seu próprio benefício. Enquanto o estado decresce a olhos vistos, seus negócios prosperam à sombra do próprio governo. Entre os anos de 2015 e 2019, seu empreendimento Instituto Premium recebeu a quantia de R$ 36,6 milhões em recursos do erário.

O dinheiro foi captado na Secretaria de Educação do Estado para supostamente fornecer uma plataforma educacional aos alunos em preparação para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). No período estourou um dos maiores escândalos na história da educação piauiense. A partir daí resultaram três operações da Polícia Federal que apuram desvios de aproximadamente R$ 200 milhões na estrutura da Seduc.

Fonteles cultiva a imagem do poder e da fortuna, uma espécie de Tio Patinhas, que adora tomar banho com dinheiro e mergulhar alegremente em sua Caixa Forte, muito embora tudo tenha sido construído à luz de privilégios de um governo falido. Seu principal negócio, o colégio CEV, foi implantado em 2003. Para quem não lembra, importante lembrar: foi naquele ano que Wellington Dias, seu guru e agora padrinho político, tomou posse no governo. A propósito, alguns dos seus interlocutores o chamam alegremente pelo apelido de “Rafael Patinhas”.

No Piauí, sob Rafael Fonteles, a pobreza se agravou absurdamente. Dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicam que 41,9% da população piauiense está abaixo da linha de pobreza. Isso corresponde a 1,3 milhão pessoas que vivem com R$ 420 (per capita) mensais. 

Também em sua gestão como secretário o Piauí foi rebaixado em nota do Ministério da Economia e não pode contratar com bancos públicos federais. Resta pagar juros exorbitantes em bancos privados ou instituições obscuras. A economia piauiense, na prática, coleciona uma série de derrotas. Mas isso, para eles, não importa nada, quando se pode vencer politicamente. (Toni Rodrigues)

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