No Piauí, Margareth Menezes critica perseguição a artistas
A ministra da Cultura participou da inauguração do monumento em homenagem à advogada Esperança Garcia.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes cumpriu agenda na manhã desta terça-feira, 07 de março no Piauí. Junto ao governador Rafael Fonteles, do presidente da OAB Piauí, Celso Barros Coelho, e do presidente nacional da OAB, Beto Simonetti, ela acompanhou uma homenagem à advogada Esperança Garcia na sede da OAB-PI.
Na coletiva, a ministra disse estar feliz em participar desse momento no Piauí. “Esperança Garcia é um ícone. Momento que marca a história e parabenizo a OAB e precisamos reconhecer a contribuição do povo negro, das mulheres negras para o Brasil”, disse.
A ministra disse o ministério vai disponibilizar recursos para o Piauí e vai garantir assistência para auxiliar execução das políticas públicas do Brasil por meio da lei Aldir Blanc. “Precisamos entender que a cultura no Brasil é vetor de transformação social e econômica “, disse.
Margareth anunciou que somente pela Lei Paulo Gustavo, o Ministério da Cultura vai destinar R$ 20 milhões para o Piauí. Na ocasião, ela ainda criticou a perseguição aos artistas na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Na solenidade, o governador Rafael Fonteles parabenizou a OAB pela homenagem à Esperança Garcia. Ele disse que felizmente o Congresso aprovou as leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo que vão permitir reabrir o Ministério da Cultura para o Brasil.
“Estamos num momento histórico, véspera do Dia da Mulher e também véspera de 200 anos de Batalha do Jenipapo”, disse.
Ele disse que os heróis do Piauí são destaque e a Cultura possilita a autoestima do povo, além de ser um vetor de desenvolvimento econômico, que gera emprego e renda.
O líder estadual disse que mesmo no período de desmanche da Cultura, de pandemia, o Piauí aumentou investimentos na área e transformou lugares de aprisionamento em lugares de liberdade e cultura.
Rafael comentou que esse resgate começou na OAB, como presidente Chico Lucas, reivindicação das mulheres, o Conselho Federal da OAB reconheceu Esperança Garcia como primeira advogada do Brasil. “Algo significativo e histórico do Piauí e sugeriu ao presidente da Assembleia Legislativa colocar o dia 6 de setembro como dia de Esperança Garcia .
Sensibilidade em convite
A ministra disse que realizou seminário interno para inteirar sobre as ações do Ministério e tratar de pautas do país como também retomar ações importantes e atuar na reconstrução da cultura nacional.
“Pra mim é uma honra ter sido convidada pelo presidente Lula pela sensibilidade como ele me vê, uma mulher negra que sou, artista de 35 anos e gestora da minha própria carreira. Precisamos destravar o ministério da Cultura e as políticas públicas, pois cultura é vetor de desenvolvimento econômico”, disse, enfatizando que cada 1 real investido, a cultura traz de volta 1,60.
A ministra disse que a cultura precisa ser valorizada e ressaltou que a cultura brasileira está entre as mais valorizadas no mundo.
Busto de Esperança Garcia
Reconhecida como primeira mulher advogada do Brasil, Esperança Garcia foi homenageada, nesta terça-feira, 07 de março, com um busto que ficará na sede da Ordem dos Advogados do Brasil secção Piauí, em Teresina, e também na sede do Conselho Nacional da OAB, em Brasília.
O presidente da OAB Piauí, Celso Barros Coelho Neto, afirmou que Esperança Garcia é importante na advocacia. “A mulher tem o seu protagonismo. Ela teve acesso aos cursos de formação e está na igualdade com os homens. Isso é uma bandeira de todos nós na Ordem, a fim de que a mulher tenha o acesso natural de todos os direitos nas profissões “, disse.
Segundo Celso Barros, no Dia Internacional da Mulher não teria uma mulher melhor para simbolizar a luta feminina do que a Esperança Garcia.
Convidado para o evento, o prefeito Dr. Pessoa disse que Esperança Garcia foi uma guerreira na luta pelos direitos das pessoas, especialmente das mulheres negras. “Estou aqui pela relevante história de Esperança Garcia“, afirmou.
Foto: Reprodução
Zenaide Lustosa, secretária estadual das Mulheres, disse que Esperança Garcia traz uma reflexão importante para população piauiense. “Ela foi revolucionária e se tornou referência para o Piauí e para o Brasil“, afirmou.
O deputado Fábio Novo destacou a importância de Esperança Garcia e também de Amélia Bevilaqua, primeira mulher a buscar uma vaga na Academia Brasileira de Letras. “Estamos felizes com essa homenagem a Esperança Garcia e disse que Piauí vive momento de reconhecer seus povos e disse ter várias Esperanças Garcias”, disse.
Carlos Anchieta, secretário de Cultura, disse que homenagear Esperança Garcia e reconhecer a importância da mulher para advocacia brasileira.
Ao público, a ministra disse que é um prazer estar no Piauí e destacou as principais manifestações culturais, como reisado, bumba meu boi.
Ela disse que essa homenagem a Esperança Garcia e declarou que em 2023 é preciso lutar contra o preconceito e contra trabalho escravo.
“A luta contra racismo é contra misoginia é uma pauta transversal do presidente Lula. Esperança Garcia era uma mulher que lutou pela liberdade e buscou seus direitos e essa luta contra racismo continua e não podemos mais tolerar esse trabalho escravo no País”, disse.
Esperança, segundo a ministra, era visionária que denunciou as condições de escravidão de sua família e de tantas outras que existiam no Brasil”, disse.
Transformação cultural no Piauí
Fábio Novo também destacou as 17 cadeias públicas transformadas em espaços de cultura e pediu para ministra voltar ao Piauí para entregar o primeiro museu indígena em Nazaré do Piauí.
Ele destacou também o Quilombo Mimbo que faz artesanato e tem previsão de expor suas peças em Teresina e disse que o Iphan fez estudo que colocou o modelo de fazer arte santeira como patrimônio cultural brasileiro.
Fonte: Meio Norte