Operação investiga desvio de dinheiro público para o Carnaval 2020 de Teresina
Os recursos, cerca de R$ 800 mil, foram destinados a financiar festas de carnaval na Zona Norte de Teresina. O valor teria sido pago, mas não houve prestação de contas.
Uma operação da Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor) da Polícia Civil do Piauí investiga um esquema criminoso que teria desviado recursos públicos que deveriam ter sido destinados a festas de carnaval de Teresina, em 2020.
Nesta quinta-feira (9), os policiais fizeram buscas em seis endereços em Teresina, em busca de provas do crime. Segundo a Polícia Civil, um dos alvos é um Instituto privado de defesa de direitos sociais.
O dinheiro que teria sido desviado foi fruto de emendas de dois vereadores de Teresina, que não foram citados. Os recursos, cerca de R$ 800 mil, foram destinados a financiar um conjunto de festas de carnaval realizadas em bairros da Zona Norte de Teresina, como Poti Velho, Cidade Jardim e Anitta Ferraz, em 2020.
Os policiais apreenderam um automóvel que teria sido comprado com esse dinheiro, e estava no nome de uma das empresas investigadas.
Segundo o delegado Dennis Sampaio, a Controladoria do Município denunciou a suspeita, há pouco mais de um ano, e a investigação foi iniciada em seguida. As entidades teriam cometido diversas irregularidades na prestação de contas, como apresentar uma nota fiscal “geral”, para todos os serviços contratados para a produção dos eventos.
“Ouvimos algumas pessoas que trabalharam no evento, e todos disseram que não houve nota fiscal pelos serviços deles. Que receberam o pagamento em espécie, e sem nenhum comprovante de pagamento ou da prestação do serviço”, comentou o delegado Dennis.
Foto: Reprodução
Os alvos da operação são: o instituto que assinou a documentação sobre os recursos, o presidente do instituto, dois empresários e um produtor cultural. Durante as buscas, os policiais encontraram uma arma de fogo na casa de um dos empresários, que foi preso em flagrante.
Ainda segundo o delegado, os investigadores devem agora analisar os documentos que foram apreendidos nesses endereços para comprovar os crimes, e apurar se houve participação por parte dos vereadores que destinaram as emendas no esquema.
Os envolvidos podem ser denunciados pelos crimes de organização criminosa, peculato (desvio de dinheiro público) e lavagem de dinheiro.
Fonte: G1 Piauí