Jovem piauiense vira símbolo do Governo Lula
O Governo federal usou a sua história como exemplo de superação para mostrar o Piauí como um dos únicos estados onde a pobreza diminuiu.
Em 2009, o estudante Luciano Carlos da Silva Souza, morador da cidade de Valença, conseguiu um feito inédito no Piauí: tornou-se o primeiro estudante de uma escola da zona rural do estado a ingressar no curso de Medicina da Universidade Estadual do Piauí (Uespi). Hoje, ele comprova o que o estudo é capaz de fazer na vida de qualquer um.
O Governo federal usou a sua história como exemplo de superação para mostrar o Piauí como um dos únicos estados brasileiros onde a pobreza diminuiu, segundo dados do Centro de Ciências Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas.
O Piauí é o 2º da região Nordeste e o 16º do país em menor percentual de pobreza e está entre os dois únicos estados do país que reduziram a pobreza de 2019 a 2021, durante a pandemia da Covid-19. O Piauí alcançou o índice de 46% em proporção de pobreza no ano de 2021. Roraima, Ceará e Acre estão no mesmo percentual do Piauí.
Em suas redes sociais, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, destacou o ranking de pobreza e a diminuição da condição no estado piauiense.
“A pobreza não é um mal que se resolve da noite para o dia, mas uma condição que não resiste ao trabalho permanente e consistente, feito ao longo de vários anos. Foi e é assim no Piauí. Lugar onde a gente prova que, para uma boa colheita, mais vale a qualidade da semente e o esforço do cultivo. Muito orgulho de ter feito e fazer parte dessa história”, disse o ministro.
Vida de luta e de conquistas
A história de dedicação de Luciano Carlos foi revelada em um dos programas da Caravana Meu Novo Piauí, ainda em 2009. Filho de lavradores, Luciano foi um dos seis estudantes entre 80 colegas que estudavam na mesma escola da rede pública, que conseguiram vaga na UESPI ou na UFPI. Para isso, Luciano estudava seis horas diariamente durante a semana e o dia todo aos finais de semana, quando não precisava trabalhar.
Foto: Reprodução
Luciano teve a oportunidade de receber uma bolsa mensal no valor de um salário mínimo para ajudar nas despesas enquanto estivesse na universidade. Ele também recebeu R$ 1 mil no início de cada ano para utilizar na compra de livros e ganhou um notebook. O jovem se formou em medicina em 2016.
Lavradora, a mãe do jovem estudante declarou, ainda em 2009, à repórter Cinthia Lages, que por muitas vezes deixou de comprar a alimentação da família para comprar algum livro para o filho, que mais tarde viria a se tornar médico.
“Lá da roça, sofrido, para chegar a uma hora dessas, são coisas que, às vezes, até quem tem muito poder aquisitivo não chega e nós, eu, meu filho, os irmãos e a mão, conseguimos um grande êxito desse do nada, só com a coragem. Eu fiquei muito orgulhoso, mas, não é um orgulho besta, é um orgulho de satisfação”, declarou seu Antônio Carlos da Silva, pai de Luciano Carlos.
O agora médico destacou que todo o sacrificio até a conclusão da graduação valeu a pena.
“Hoje, eu tenho certeza que todos os anos, não só os 6, mas os outros que dediquei a educação eu vejo que valeu e vai valer a pena para o resto da minha vida”, disse ele, em entrevista em 2016.
Fonte: Meio Norte