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Caso Lucas Vinícius: justiça nega novo exame em restos mortais encontrados

Família desconfia que corpo carbonizado pode ser de estudante que está desaparecido há 11 meses.

A justiça do Piauí negou o pedido dos investigadores contratados pela família do estudante de Direito, Lucas Vinícius para realizar uma nova autópsia de um corpo carbonizado encontrado em Teresina. A mãe desconfia que os restos mortais podem ser do jovem que está desaparecido há 11 meses. Os familiares queriam realizar o exame em São Paulo.

Em vídeo encaminhado ao A10+, Ana Lúcia destacou, por inúmeras vezes, que seu filho não tem perfil suicida. Ela relembrou que Lucas Vinícius compartilhava com a família os planos para o futuro. A mãe também afirmou que não acredita na versão da ex-namorada de que o jovem teria pulado da ponte. 

“Hoje faz 11 meses que meu filho Lucas está desaparecido após ir a uma festa ao sítio Cantão com a ex-namorada e desde então ele nunca mais foi visto. O meu filho não tem tendência suicida, ele ansiava por ser alguém na vida, crescer, ter estabilidade financeira, compartilhava sonhos com a família, ia para a academia, ele incentivava todos do convívio dele a fazer academia. Meu filho não se suicidou, eu quero que a justiça do Piauí me prove que meu filho se suicidou, porque meu filho não tem esse perfil”, declarou.

A família contratou uma equipe de peritos para realizar uma investigação particular sobre o caso. Um perito havia solicitado uma nova análise de um corpo carbonizado encontrado no Assentamento Emiliano Batata e aguardava a decisão da justiça do Piauí para levar uma amostra para São Paulo e realizar o novo teste. Nesta semana, a justiça do Piauí negou o pedido. Ana Lúcia criticou a decisão.

“Por que o excelentíssimo juiz não acatou pra gente fazer testes de DNA a contraprova? Há deformidades naquela ossada que batem com as características do meu filho, como a deformidade nas costas, uma escapula maior que a outra. Eu gostaria de saber senhor juiz se fosse seu filho. Eu como cidadã tenho direito de saber o que aconteceu com meu filho e o que fizeram com ele. Naquele rio meu filho não esta”, relatou. 

Emocionada, a mãe de Lucas pediu que a justiça seja feita e que as respostas sobre o paradeiro de Lucas sejam esclarecidas. Ela também comparou o andamento do caso com outros repercutidos no estado. Ela relembrou que em 30 anos de corporação, os bombeiros do Estado sempre encontraram corpos que se afogaram em rios. 

“Eu tenho direito de respostas, eu peço pelo amor de Deus ao Estado do Piau… pelo amor a Constituição brasileira, que a justiça seja feita. Outros casos de grande repercussão já foram elucidados e no caso do Lucas existe uma grande morosidade. Não sai dos papéis. Fomos ao MP, a promotora disse que poderíamos fazer a contraprova, eu não sei sr. juiz em que te infligiria fazermos o reteste. Deus não me deixará sem respostas. Eu vou mostrar ao estado do Piauí que meu filho não se suicidou, eu agradeço ao Corpo de Bombeiros que fez uma varredura de 30 dias naquele rio e pôde nos dizer que em 32 anos de carreira não viu caso parecido, todos os corpos que se afogaram naquele rio foram localizados, menos o do Lucas”, declarou.

Ao A10+, o Tribunal de Justiça do Piauí informou que o juiz não vai comentar o caso [que está em segredo de justiça] e muito menos a decisão negada aos familiares sobre fazer um novo exame do corpo carbonizado em São Paulo. 

Perito cita contradições na versão de namorada

O perito Ricardo Rezende comentou em entrevista à TV Antena 10 que os investigadores estão trabalhando com duas hipóteses: a que ele tenha pulado e a de que o jovem tenha sido empurrado. Ele destacou que existem contradições na versão apresentada pela namorada, Gabriela Vasconcelos.

“A gente levantou bastante informação que está tendo desencontro. Conseguimos levantar algumas coisas para o DHPP, Ministério Público e também estamos aqui para cobrar essa resposta [cadê Lucas]. Tem essa hipótese dele ter pulado ou ele ter sido empurrado, a gente trabalha hoje com 50% de cada. Até que prove o contrário a gente tem que ter todas essas provas e estamos começando a apresentar para as autoridades pra eles terem o fundamento”, comentou.

De acordo com o perito, um dos pontos que corroboram para essa contradição que o corpo estaria no rio é que os restos mortais não foram encontrados até hoje, quase 11 meses depois.

“Um profissional do Corpo de Bombeiros relatou que, em 32 anos trabalhando aqui, todos os corpos foram encontrados pela equipe. O que causa estranheza seria o do Lucas automaticamente não ter achado até agora. Sendo que o rio deu uma baixada, teve os mergulhadores e também dentro desse próprio rio existe bancos de areia”, explanou.

Relembre o caso

Segundo a namorada do estudante, Gabriela Vasconcelos, ambos retornavam de uma festa na madrugada do dia 24 de abril de 2022 quando o jovem quis parar o carro na Ponte Juscelino Kubistchek. Ele se aproximou da mureta da ponte e teria se jogado no rio Poti. Gabriela chamou os bombeiros que iniciaram as buscas pelo estudante, que até hoje não foi encontrado.

Fonte: A10+

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