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Polícia investiga fraude dentro do Hospital Unimed Primavera

O inquérito foi aberto para investigar denúncia de desvio de medicamento fornecido pelo hospital.

A Polícia Civil do Piauí, através da Delegacia Especializada de Crimes Contra a Ordem Tributária, Econômica e Contra as Relações de Consumo (DECCOTERC), está investigando denúncia de fraude no fornecimento de medicações (toxina botulínica) no Hospital Unimed Primavera. O inquérito foi aberto em maio de 2022 e ainda está em andamento.

A medicação é utilizada para o tratamento de espasticidade, que é um distúrbio frequente nas lesões congênitas ou adquiridas do sistema nervoso central (cérebro ou medula espinhal).

A suspeita de fraude iniciou em 29 de setembro de 2021, quando uma paciente foi ao Hospital Unimed Primavera buscar três frascos de botox e ao chegar lá ficou sabendo que outra pessoa já havia recebido em seu nome. No protocolo de recebimento existe uma rubrica que não é possível a identificação.

Outro episódio suspeito foi registrado no dia 8 de outubro de 2021, quando uma pessoa, ao solicitar autorização junto à Central da Unimed para obter a toxina botulínica, enviou um pedido médico com indícios de falsificação via WhatsApp, assinado pelo médico Jacinto Lay, que chegou a ser acionado e negou que tenha feito o pedido, já que, segundo ele, não possui o hábito de solicitar a quantidade de medicação descrita no pedido.

Apuração interna

Após esses fatos, o Hospital Unimed Primavera resolveu fazer uma investigação interna relativa às crianças que tratam de espasticidade, que chegam a 16. O hospital constatou que no ano de 2021 foram encontradas dispensações para terceiros em nome das crianças, sendo que tais dispensações não haviam sido feitas aos responsáveis pelos pacientes.

A direção do hospital entrou em contato com os responsáveis pelos pacientes menores, e eles confirmaram que nunca receberam tais medicações, tendo acrescentado que sempre que precisavam da medicação, compareciam ao hospital e lá mesmo a toxina era aplicada nas crianças.

Os pais dessas crianças ficaram surpresos quando tomaram conhecimento que a medicação havia sido solicitada em nome de seus filhos e recebidas por terceiros não autorizados. Nenhum deles reconheceu a assinatura correspondente ao recebimento que constava no livro de protocolo do Hospital Unimed Primavera.

Participação de funcionários

O hospital constatou que, na época dos fatos, havia uma auxiliar que era a responsável pela dispensa das ampolas de botox, e que durante as férias dessa auxiliar, em julho de 2021, a sua substituta, uma farmacêutica, foi quem detectou a dispensação dupla. Seis meses depois, a auxiliar pediu demissão do hospital, contudo, enquanto ela foi a responsável pela dispensação, nunca foi constatado ou comunicado qualquer problema.

A investigação da polícia apontou que há fortes indícios de que funcionários do Hospital Unimed e de outras clínicas particulares tenham se associado com o objetivo de desviar a medicação.

Fonte: GP1

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