Jovem que recebeu ‘pizza fake’ é preso suspeito de estelionato
À época, jovem de 19 anos admitiu ter feito o PIX falso como um trote para a pizzaria. O estabelecimento revidou mandando uma pizza falsa para o cliente. Agora, ele foi preso por vender material de construção e não entregar.
Um jovem identificado pelas iniciais P. V. J. R. foi preso nesta terça-feira (30) suspeito de estelionato em Teresina. Segundo a Polícia Civil, ele fingia vender cimento e outros materiais de construção, mas recebia o dinheiro e não estregava o produto.
Ele já tinha sido investigado por fazer pix falso para uma pizzaria e o caso viralizou depois que o dono da pizzaria revidou enviando uma “pizza falsa” a ele. À época do caso, em julho de 2022, ele admitiu ter feito o pix falso apenas como um trote, uma “brincadeira”. Ele disse ao g1, na época, recebeu muitas ameaças pela repercussão do caso.
Nesta terça-feira, segundo a Polícia Civil, ele foi preso em cumprimento de mandado de prisão expedido pelo Juiz da Central de Inquéritos pelo crime de estelionato.
“Segundo as investigações, o acusado se passava por vendedor de cimento de uma empresa de venda de material de construções, que fica na Zona Norte de Teresina e, por meio das redes sociais Facebook e Whatsapp, praticava o golpe. Quando a vítima fazia o pedido, efetuava o pagamento por meio de pagamento na modalidade Pix, na própria conta bancária do acusado e esperava a entrega que não acontecia”, informou a polícia em nota.
A investigação e a prisão aconteceu pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) com apoio da Gerência de Polícia Especializada.
Pizza fake
O caso da “pizza fake” aconteceu em 25 de julho de 2022 quando, segundo o suspeito, ele resolveu passar um “trote” para a pizzaria. Com a repercussão do caso, ele disse que estava sendo muito criticado pelo que fez.
“Era só uma brincadeira que se transformou em uma crítica social, as pessoas me julgando”, questionou o jovem.
O proprietário da pizzaria, Robson Costa, enviou uma pizza ‘falsa’ – apenas a massa – ao suspeito, após receber um comprovante fraudado de um PIX. Ele informou ao g1, também, que registrou boletim de ocorrência sobre o caso na Polícia Civil.
Depois de ter recebido uma pizza e refrigerante “falsos”, o jovem que tentou dar o golpe do PIX falso na pizzaria respondeu ao estabelecimento com um texto bíblico, tentando justificar a prática como quem “roubou para comer”.
Segundo o empresário, o rapaz enviou uma mensagem que faz referência ao versículo 30 do capítulo 6 dos provérbios bíblicos, que diz: “O ladrão não é desprezado se, faminto, rouba para matar a fome”.
Ameaças
O jovem apontado como autor do PIX falso disse que depois que a pizzaria divulgou alguns dados seus nas redes sociais, no momento da entrega da pizza, ele passou a receber ameaças.
“Tem várias pessoas mandando mensagem, falando coisas, até ameaças estou recebendo”, declarou.
Outro empresário também recebeu PIX falso
Outro empresário da região, Antônio Menezes, contou ao g1 que o mesmo número usado pelo suspeito já tinha entrado em contato e enviado comprovantes de PIX que não caíam na conta, com valores de R$ 20.
No dia da entrega da pizza ‘falsa’, Robson gravou a montagem da entrega denunciando o golpe. Assim, o empresário percebeu que a mesma pessoa denunciada por Robson estava em contato com ele tentando comprar uma refeição e cervejas.
“Ele já tinha feito um pedido que foi entregue, só que o rapaz não passa o endereço, ele manda endereço de uma casa onde fica na porta. Ele diz que a casa não tem número, pede pra avisar quando o entregador sair, porque o quarto dele é forrado, ele não escuta no portão e que vai esperar na porta. Nesse dia ele mostrou o PIX no celular e o entregador olhou e confiou”, disse.
Delegado diz que crime é estelionato
O delegado Anchieta Nery, titular da delegacia de crimes de informática, destacou que o ato configura crime de estelionato e que a população estar mais esperta evita esse tipo de crime.
“Você tem que criar uma logística pra saber se aquele dinheiro efetivamente caiu na conta, usar o QR que já vem nas maquinetas de cartão, ou ter funcionário com acesso a conta. Tivemos o caso do dono dessa pizzaria, achei muito bacana, é ótimo ver ladrão se dando mal. Evitamos crimes com vítimas mais espertas”, disse.
Ele orientou ainda que é fundamental que as vítimas procurem a polícia para responsabilizar os autores desses crimes.
“A gente alerta há anos e demora dois, três anos, pra reduzir os casos. Quem faz isso está cometendo estelionato, que pode vir a ser qualificado e quem foi vítima pode procurar a Polícia Civil, que é um procedimento fácil, simples de ser feito, a prova que não tem discussão. A gente precisa responsabilizar criminalmente essas pessoas”, disse.
Fonte: G1 Piauí