Presidente da CBF deve ser ouvido na CPI das apostas
Júlio Arcoverde (PP-PI) afirma que as oitivas foram autorizadas e que além dos envolvidos na operação “Penalidade Máxima”, entidades de futebol e associações também serão ouvidas.
O deputado federal, Júlio Arcoverde (PP-PI), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das apostas, afirmou que o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, pode ser ouvido nas oitivas.
A CPI foi instaurada na última quarta-feira (24) e investiga a manipulação de resultados em partidas de futebol. Segundo Júlio Arcoverde (PP-PI), o primeiro passo é ouvir todos os envolvidos na operação “Penalidade Máxima”, de Goiás.
“Os jogadores, sindicatos dos jogadores, sindicatos dos árbitros, associação de empresas de postas, entidades de futebol, todos participarão das oitivas”, pontuou.
O deputado ressaltou ainda que será feita uma apuração acirrada para não cometer erros que possam manchar a imagem dos jogadores que não forem culpados.
“Estamos falando de uma paixão nacional que gera emprego, renda e mídia. Não podemos ser covardes e apontar alguém inocente, assim como não iremos inocentar os culpados”, afirmou.
Entenda o caso
Instalada na última quarta-feira, a CPI das Apostas terá como ponto de partida a Operação Penalidade Máxima, conduzida pelo Ministério Público do estado de Goiás e que revelou indícios de manipulação de resultados nas Séries A e B do Campeonato Brasileiro, além de torneios estaduais.
O presidente da comissão, deputado Júlio Arcoverde (PP-PI), que também é ex-presidente do River-PI, acredita que crimes do tipo sempre existiram, mas cresceram em quantidade com o surgimento dos sites de apostas e a possibilidade de apostar em vários cenários, e não apenas no resultado da partida.
Na condução dos trabalhos, o deputado defende que a CPI puna os envolvidos nos esquemas, mas que também busque soluções para o setor. No plano de trabalho da comissão, que será apresentado oficialmente nesta terça-feira, consta a apresentação de projetos de lei para regulamentação das apostas no Brasil.
O que é a operação Penalidade Máxima?
As investigações começaram no final do ano passado, depois que o volante Romário, do Vila Nova-GO, aceitou uma oferta de R$ 150 mil para cometer um pênalti no jogo contra o Sport pelo Campeonato Brasileiro da Série B. Ele recebeu um sinal de R$ 10 mil, e só teria os demais R$ 140 mil após a partida. Como não foi relacionado, tentou cooptar colegas de time – sem sucesso.
A história então vazou e o presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, ele próprio um policial militar, investigou o caso e entregou as provas para o Ministério Público de Goiás. A primeira denúncia, feita há dois meses, indicava que havia três jogos suspeitos na Série B do ano passado. Mas, como o ge publicou, havia a suspeita de muito mais jogos, em várias competições, o que faria a operação se tornar nacional. Foi o que aconteceu. As suspeitas agora chegaram à Série A.
No total, 15 jogadores de diferentes clubes foram denunciados pelo Ministério Público nas duas fases da operação e viraram réus por participarem do suposto esquema.
São eles: Romário (ex-Vila Nova), Joseph (Tombense), Mateusinho (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Cuiabá), Gabriel Domingos (Vila Nova), Allan Godói (Sampaio Corrêa), André Queixo (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Ituano), Ygor Catatau (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Sepahan, do Irã); Paulo Sérgio (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Operário-PR); Eduardo Bauermann (Santos); Gabriel Tota (Ypiranga-RS); Victor Ramos (Chapecoense); Igor Cariús (Sport); Paulo Miranda (Náutico); Fernando Neto (São Bernardo); Matheus Gomes (Sergipe)
Fonte: G1 Piauí