Irmãs de Teresina presas com droga em SP atuavam como “mulas profissionais”
Ingrid e Agatha foram presas em flagrante ao tentarem embarcar para Paris com cocaína no estômago.
O juiz federal substituto Alexey Süüsmann Pere, da 2ª Vara Federal de Guarulhos, converteu em preventiva a prisão em flagrante das irmãs piauienses Ingrid da Silva Castro, 23 anos, e Agatha da Silva Castro, 24 anos, que tentaram embarcar para Paris com cocaína no estômago. A decisão é desta terça-feira (30). Na decisão, o juiz confirmou que as jovens eram ‘mulas profissionais’.
O magistrado destacou na decisão que “a prisão se impõe por conveniência da instrução criminal, para permitir, ao seu final, a aplicação da lei penal, já que não há vínculo comprovado das indiciadas com o distrito da culpa, e elas foram flagradas no momento de deixar o país com considerável quantidade de entorpecente, portanto, com contato com grupo criminoso no exterior que poderia acolhê-las em face do risco de imposição de elevada pena, sendo evidente o perigo de evasão caso prematuramente colocadas em liberdade”.
Ainda de acordo com o juiz, a prisão preventiva também visa a garantia da ordem pública, em razão dos indícios de envolvimento das indiciadas em organização criminosa, entre eles as certidões de movimentos migratórios que apontam outras viagens ao exterior, de curta duração, que são incompatíveis com a situação econômica declarada por elas, e que indicam dedicação ao crime como mulas profissionais, sendo concreto o risco de que tornem a delinquir.
Foi determinado que sejam requeridas, por meios eletrônicos, às Justiças Federal e Estadual de São Paulo e de Teresina, bem como à Interpol, as informações sobre eventuais registros criminais (folhas de antecedentes criminais /certidão de distribuições criminais) em nome das acusadas, assim como as certidões do que eventualmente nelas constar.
Irmãs tiveram pai executado neste ano
O pai de Agatha e Ingrid, Clemilton Pereira Castro, 42 anos, mais conhecido como Miltinho, foi assassinado com mais de 10 disparos de arma de fogo, enquanto dormia em uma rede, em casa, no conjunto Parque do Sol, zona sudeste de Teresina. O crime ocorreu no dia 10 de fevereiro de 2023.
Vizinhos relataram à Polícia Civil que a vítima estava sozinha, quando os suspeitos entraram na casa e se depararam com Clemilton deitado na rede, na sala. Foram efetuados mais de 10 disparos de arma de fogo, a maioria na região do rosto, e os demais atingiram braço, peito, pescoço e boca.
Em seguida, os suspeitos fugiram correndo pela rua e os vizinhos acionaram a polícia. Clemilton Pereira Castro já era conhecido pela prática de crimes e a principal suspeita é que a morte dele tenha relação com dívida de tráfico de entorpecentes.
Entenda o caso
Ingrid da Silva Castro e Agatha da Silva Castro, naturais de Teresina, foram presas no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), transportando cápsulas de cocaína no estômago. Conforme a Polícia Federal, as jovens foram flagradas ao tentar embarcar para Paris, na França, na noite do último domingo (28).
O entorpecente foi identificado por meio de exames de imagem e logo que a droga foi detectada, a Polícia Federal encaminhou as duas irmãs para a unidade hospitalar mais próxima, devido ao risco de morte. No hospital, a equipe de saúde responsável teve que adotar um procedimento para que a droga fosse expelida do corpo com segurança.
Ingrid da Silva Castro e Agatha da Silva Castro residem no Parque Progresso II, conjunto Renascença, localizado na zona sudeste de Teresina.
Fonte: GP1