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Piauí é o 3º do país em percentual de pessoas com deficiência

Maioria ocupa mercado informal e recebe 31% a menos do que pessoas sem deficiência.

O Piauí ocupa a terceira posição no ranking de estados do Brasil com maior taxa de pessoas com deficiência. Cerca de 10,8% da população de 2 anos ou mais apresenta algum tipo de dificuldade funcional.

Na última sexta-feira (7), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) sobre as características sociodemográficas e econômicas das pessoas com deficiência no país.

O levantamento indica que, das 353 mil pessoas com deficiência no Piauí, cerca de 196 mil são mulheres, o que representa 11,8% da população feminina do estado. Enquanto isso, são 156 mil homens, 9,8% da população masculina.

Em relação à cor ou raça autodeclarada, o percentual de pessoas com deficiência dentro da população branca (de 11,4%) é maior do que entre pretos (11,2%) e pardos (10,5%). E a partir da faixa de 40 a 49 anos, o percentual de pessoas com deficiência supera o de pessoas sem deficiência no estado.

Menor acesso à educação, trabalho e renda

Em 2022, apenas uma a cada quatro pessoas com deficiência estava efetivamente ocupada ou buscava uma ocupação no mercado de trabalho. E desse total, aproximadamente 73,5% estava no mercado informal.

O indicador de informalidade para as pessoas com deficiência no Piauí é o segundo maior do país, atrás somente do estado do Pará, com 75,8%.

Os profissionais possuíam renda média de R$ 1.454, 31 a menos do que a das pessoas sem deficiência (R$ 2.095). Sob a ótica da cor, pessoas brancas recebiam, em média, R$ 1.709, cerca de 40% a mais que as pessoas pretas e pardas que recebiam, respectivamente, R$ 1.021 e R$ 1.004.

Em 2022, a taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais com deficiência chegou a 37,3%, quase 4 vezes maior que o verificado para as pessoas sem deficiência, que foi de 10,8%, no Piauí.

O número dispara quando se considera a população idosa, de 60 anos ou mais, com deficiência. Quase metade era analfabeta no estado (48,7%), enquanto cerca de um terço das pessoas idosas sem deficiência era analfabeta (33,3%).

“A educação é um dos direitos da pessoa com deficiência que deve ser assegurado em todos os níveis do sistema educacional, potencializando as suas habilidades, quaisquer que sejam as suas limitações, dentro de um espaço educacional inclusivo e acessível”, destacou o IBGE.

Os tipos de deficiências

Segundo a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, conduzida pela Organização das Nações Unidas, pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial.

O Piauí tem maior indicador de deficiência visual do país, junto ao estado de Sergipe. Em 2022, 4,6% da população de 2 anos ou mais de idade apresentava dificuldade para enxergar, mesmo usando óculos ou lentes de contato.

Já a deficiência de locomoção atinge cerca de 3,9% das pessoas de 2 anos ou mais de idade, as quais informaram ter grande dificuldade para andar ou subir degraus.

As demais deficiências funcionais presentes na população do Piauí de 2 anos ou mais de idade foram:

  • deficiência de cognição (dificuldade para aprender, lembrar-se das coisas ou se concentrar), com 3,1%;
  • deficiência no funcionamento dos membros superiores (dificuldade para levantar uma garrafa com dois litros de água da cintura até a altura dos olhos, com 2,6% e dificuldade para pegar objetos pequenos ou abrir e fechar recipientes, com 1,6%);
  • deficiência auditiva (dificuldade para ouvir, mesmo usando aparelhos auditivos), com 1,6%;
  • deficiência no autocuidado (dificuldade para realizar cuidados pessoais), com 1,6%; e de comunicação, com 1,3%.

Fonte: G1 Piauí 

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