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No Piauí e em outros 5 estados, mais de 20% dos habitantes não têm 3G

As família mais pobres são as mais afetadas com a ausência da tecnologia.

Apesar de 93 milhões de brasileiros já terem acesso à tecnologia 5G, a cobertura de 3G e 4G no país está abaixo da média global. Dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) mostram que quase 8,1% dos brasileiros (16,5 milhões) não têm nenhuma dessas duas tecnologias disponíveis, que chegam a cerca de 91%.

Para 18,3 milhões de pessoas, o 4G também ainda não chegou. Operadoras de telefonia e a Anatel admitem que há deficiência na cobertura em função de falta de interesse comercial. A ausência de cobertura é maior em Estados do Norte e Nordeste do Brasil. No Maranhão e no Pará, por exemplo, 1 em cada 4 moradores não tem nem 3G. Em 6 deles, mais de 20% dos moradores não contam com rede disponível.

Na outra ponta, o Distrito Federal tem a melhor situação, com 99,8% da população tendo disponível pelo menos o 3G disponível. Na sequência aparecem os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Os dados da Anatel são referentes a março de 2023. 

“Existe um desafio que é a possibilidade da população dessas localidades ter acesso a aparelhos com essas tecnologias, e também dispor de renda para pagar pelos serviços prestados pelas operadoras. Então a gente tem realmente uma deficiência, com uma parte do território brasileiro que ainda não conta com cobertura nenhuma”, diz Diogo Della Torres, coordenador de Infraestrutura da Conexis Brasil Digital (Sindicato das Empresas de Telecomunicações e Conectividade). 

A demora na chegada da tecnologia afeta principalmente as famílias mais pobres que vivem em bairros e localidades mais afastadas dos centros urbanos. Nesses locais, atividades corriqueiras são inacessíveis, como mandar mensagens e pagar usando uma maquininha de cartão (que depende de conexão móvel). 

“São localidades muitas vezes distantes das sedes municipais, algumas de difícil acesso. E ainda tem a densidade populacional. A quantidade de pessoas que moram nessas regiões muitas vezes é da ordem de centenas ou dezenas”, afirma Torres. 

Com a chegada do 5G, as operadoras têm investido menos nas tecnologias inferiores, segundo o próprio setor. Assim podem melhorar a qualidade dos serviços prestados e cobrar pacotes mais caros. Luiz Henrique Barbosa, presidente executivo da TelComp (Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas), afirma que algumas empresas já estão cessando os investimentos em 3G ou 4G. 

“A gente tem um drama hoje em muitos lugares em que a telefonia chega, com 3G ou 4G, mas as pessoas não acessam por falta de renda. É um problema que precisa ser visto pelo setor público, para que se chegue a uma política pública que possa ser feita para dar acesso a essas pessoas”, diz Barbosa. 

“O que já está lá instalado continua, assim como o serviço prestado, mas não deve ter aumento nessa cobertura. O investimento agora deve ser feito todo em redes 5G”, completa.

Fonte: 180 Graus 

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