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Facção decreta ‘sentença de morte’ a membros expulsos

O GP1 teve acesso à "sentença" expedida com base em um "Manual Exemplar do Quadro Disciplinar" da facção.

Os quatro membros da facção criminosa Bonde dos 40 que viraram réus no último dia 19 de julho, acusados de executarem Everton Gomes de Araújo, o “Romano”, foram expulsos da organização criminosa e condenados à morte pelo Tribunal do Crime, por terem assassinado um “irmão” sem autorização dos seus superiores. O GP1 obteve acesso, com exclusividade, à “sentença” expedida pela facção com base em um “Manual Exemplar do Quadro Disciplinar” da organização.

Antônio de Deus Pereira Neto, o “Fantasmão”; Alysson Antônio de Barros Nascimento, vulgo “Alisson Ponto 40”; Matteu Vieira Arruda, vulgo “Dudu CTR” – todos eles presos – e um quarto homem identificado apenas pela alcunha de “Acerola” foram condenados por terem agido “de conspiração dentro da organização”, ao executar Everton Gomes, o “Romano“. A motivação, conforme levantado pela polícia, foi o fato de Everton ter vendido um par de alianças falsas para Antônio Neto, o Fantasmão.

Segundo trecho da “sentença” da facção, Everton foi atraído para a casa de Jefferson Willian da Silva Costa, vulgo “Piloto” – que também virou réu na Justiça – e lá foi executado. No texto, os criminosos também são repreendidos por terem ameaçado moradores que presenciaram o fato.

“Ameaçaram os moradores e um outro irmão que se encontrava na cena do crime onde o mesmo tinha ido acompanhar Everton, dizendo que se eles falassem que tinha sido eles [sic] os autores do homicídio, eles iriam eliminar a todos, perante as informações e provas concretas como um vídeo onde fantasmão fazendo o uso de cocaína fala que se o dono da residência (Piloto) falasse que foi ele iria morrer, e diz que se alguém perguntar era pra dizer que foi os PCC que mataram [sic]”, diz trecho do texto da sentença.

Na sequência, é proferida a sentença de morte dos quatro homens: “perante as provas concretas de conspiração dentro de nossa organização pedimos o decretamos [sic] os seguintes membros: Antônio Neto (Fantasmão), Alisson (Ponto 40), Dudu CTR, e Acerola”.

O texto tem um “parecer” da hierarquia final do Bonde dos 40.

Veja na íntegra a sentença:

Aviso aos demais integrantes da facção

No mesmo texto consta um aviso aos demais integrantes da facção, para que não tentem proteger os sentenciados, sob pena de também pagarem com a vida. “Frisando que aquele integrante que vier a acobertar, dar apoio, ou até mesmo venha passar algum tipo de informação pós [sic] mesmos será visto como um conspirador e vai pagar com a vida”, diz outro trecho.

Denunciados pelo Ministério Público

Antônio de Deus (Fantasmão); Alysson Nascimento (Alisson Ponto 40); Matteu Vieira Arruda (Dudu CTR) e Jefferson Willian (Piloto) foram denunciados pelo Ministério Público, acusados dos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e por integrarem organização criminosa. Acerola não foi denunciado por não ter sido identificado pelas autoridades até o momento.

A denúncia ajuizada pelo promotor Régis de Moraes Marinho foi recebida pela juíza Maria Zilnar Coutinho Leal, da 2ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Teresina.

Detalhes do crime

O assassinato de Everton Gomes aconteceu no dia 23 de abril. Segundo a denúncia do Ministério Público, a vítima foi atraída para a residência de Jefferson Willian, o Piloto, imóvel situado no bairro Três Andares. Pouco tempo depois, chegaram na casa os outros acusados e executaram a vítima.

O corpo de Everton foi levado pelos criminosos em um carro e abandonado na Estrada da Alegria, onde foi alvo de mais disparos de arma de fogo. “A vítima foi rendida por ‘Fantasmão’, que portava uma espingarda calibre 12, sendo subjugada e espancada pelos seus algozes, chegando a ter seu pescoço amarrado com uma corda, enquanto era alvo de coronhadas desferidas por ‘Acerola’. Nesse contexto, os primeiros disparos de arma de fogo foram efetuados ainda dentro do supradito imóvel, local onde a vítima foi executada, ao passo que o seu cadáver foi transportado em veículo, envolto em uma rede, até o local onde foi ocultado, ponto em que foram realizados novos disparos, além do arrastamento do cadáver”, consta na denúncia.

Fonte: GP1 

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