Itália recua de imposto surpresa de 40% sobre lucros de bancos
Medida anunciada ontem mirava lucros decorrentes de alta incontrolada nas taxas de juros; cobrança agora terá um teto de 0,1% dos bens da instituição
O governo da Itália recuou de sua proposta de imposto surpresa de cobrança única de 40% sobre lucros inesperados dos bancos ao final de ontem, terça-feira (8), em menos de 24 horas do anúncio original.
Agora, como anunciou o ministro das Finanças italiano, Giancarlo Giorgetti, na noite de terça, o alcance da cobrança terá um teto de 0,1% dos ativos da instituição.
Giorgetti ainda não deu detalhes de como será o calculo para o imposto.
A medida mira os lucros decorrentes da alta incontrolada nas taxas de juros pós-Covid.
A estimativa de custo de € 2 bilhões (R$ 10 bilhões) aos bancos gerou turbulência no mercado financeiro italiano.
As ações dos dois maiores bancos da Itália, Intesa Sanpaolo (foto) e UniCredit, caíram 8,67% e 5,90%, respectivamente, pela tarde de terça.
O teto anunciado por Giorgetti acalmou o mercado. As ações dos dois bancos cresceram em 3% pela manhã desta quarta (9).
A cobrança sobre lucros dos bancos no contexto pós-Covid não é inédita.
Dentro da União Europeia, Espanha e Hungria já aprovaram impostos assim, classificados como windfall tax.
Esse tipo de cobrança atinge lucros extraordinários decorrentes de fatores externos à instituição taxada.