Política

Bolsonaro orientou empresário a repassar fake news, diz PF

A constatação da PF foi citada em decisão publicada por Alexandre de Moraes, que arquivou a investigação do STF contra empresário suspeitos de defender golpe de Estado.

A investigação que apurava a participação de empresários em conversas sobre um possível golpe de Estado encontrou mensagens atribuídas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com orientações para que fossem espalhadas fake news. O inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) foi arquivado, mas nesta terça-feira (22/8) a Polícia Federal intimou Bolsonaro a prestar um depoimento sobre as mensagens achadas. 

De acordo com a PF, foi achado no celular do empresário Meyer Joseph Nigri, dono da Tecnisa, um diálogo com um contato arquivado com o nome de “Bolsonaro 8”, antes de enviar mensagens de estímulo ao golpe de Estado a um grupo de Whatsapp intitulado “Empresários & Política’. “A a análise das mensagens do aplicativo WhatsApp contidas no telefone celular apreendido identificou que as três mensagens investigadas foram encaminhadas originariamente pelo contato registrado como Pr Bolsonaro 8, mediante chat privado do WhatsApp, a MEYER NIGRI pouco antes da publicação no grupo “Empresários & Política””, diz o trecho da decisão, assinada pela ministro Alexandre de Moraes.

De acordo com a PF, o conteúdo enviado pelo contato “Bolsonaro 8” e encaminhado ao grupo de empresários era falso e atacava instituições públicas, “especialmente ministros do STF, desacreditando o processo eleitoral brasileiro”.

O arquivamento da investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) que apurou a participação de empresários em conversas sobre possíveis formas de promover um golpe de Estado contou com a observação, feita pela Corte, de que os empresários Meyer Joseph Nigri, dono da Tecnisa, e Luciano Hang, proprietário da Havan, seriam investigados por mais 60 dias pela Polícia Federal.

Quanto a Joseph Nigri, a PF suspeita que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria o orientado a espalhar fake news pelo Whatsapp. É que, segundo apurações da polícia em seu aparelho celular, Nigri manteve um diálogo com um contato arquivado em seu aparelho celular com o nome de “Bolsonaro 8”, antes de enviar mensagens de estímulo ao golpe de estado a um grupo de Whatsapp intitulado “Empresários & Política’.

Além de repassar o conteúdo enviado por “Bolsonaro 8” ao grupo de empresários, Joseph Nigri teria retornado a “Bolsonaro 8” e dito que a mensagem foi “repassada a vários grupos”.

Os empresários contemplados com o arquivamento são Afrânio Barreira Filho, José Isaac Peres, José Koury Junior, Ivan Wrobel, Marco Aurélio Raymundo e Luiz André Tissot.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, a defesa de Nigri disse que o empresário “recebeu uma ou outra mensagem do presidente República e repassou para pouquíssimos grupos”.”Ele não tem Facebook, não tem Instagram, não tem nenhuma plataforma de disseminação em massa de notícias ou mensagens, não é uma pessoa que tinha envolvimento com disseminação de fake news”, acrescentou. O Correio também tentou contato com ele, mas ainda não teve retorno. 

“Não temos nada a esconder, ele colaborou amplamente com as investigações, se deslocou até Brasília para ser ouvido novamente e continua à disposição das autoridades”, disse outro trcho da nota da defesa.

Luciano Hang

Em relação a Luciano Hang, dono da loja Havan, Moraes afirmou que, de acordo com a PF, há necessidade de extração e análise do material apreendido em seu celular, em razão da ausência do fornecimento das senhas pelo investigado. O ministro informou que a PF ainda trabalha no processo de identificação das senhas.

Fonte: Correio Braziliense 

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