Saúde

Gastrite: veja sintomas, causas e tratamentos

Há vários tipos de gastrite, como a aguda, nervosa, crônica e atrófica.

A gastrite é uma inflamação das paredes do estômago que pode causar sintomas como dor, azia, além de uma forte sensação de queimação. Na maioria dos casos, a inflamação aparece de repente e dura pouco tempo, o que é chamado de gastrite aguda. No entanto, a gastrite também pode ser crônica e durar meses ou anos.

Apesar de ter diversas causas, a mais recorrente é provocada por hábitos que prejudicam o revestimento interno do estômago, como ingestão excessiva de álcool, café ou até por situações de estresse físico ou psíquico.

Quais são os sintomas da gastrite?

Entre os principais sintomas relacionados à gastrite, estão:

  • Dor de estômago ou desconforto abdominal;
  • Queimação no estômago;
  • Azia;
  • Abdômen inchado, principalmente após as refeições;
  • Náusea e vômitos;
  • Indigestão;
  • Mal-estar;
  • Queimação no estômago;
  • Gases;
  • Presença de sangue no vômito ou nas fezes;
  • Sensação de estômago cheio, mesmo sem ter comido.

Em casos de gastrite aguda, os sintomas podem ser mais intensos e aparecerem de maneira repentina. Já em quadros de gastrite crônica, os sintomas podem ser de baixa ou média intensidade e acompanhar o paciente por muito tempo, como meses ou anos.

Quais são os tipos e as causas da gastrite?

Apesar de gastrite ser o nome dado a todo processo inflamatório das paredes do estômago, ela pode ser classificada de diferentes formas dependendo da sua causa e da sua durabilidade.

Gastrite aguda

É o tipo mais comum de gastrite e acontece quando a inflamação do estômago é momentânea, ou seja, aparece de repente e dura pouco tempo. Normalmente, é uma lesão que está relacionada a hábitos que prejudicam a mucosa que reveste as paredes do órgão, como o excesso do consumo de álcool, de café ou de alimentos gordurosos.

— As gastrites classificadas como agudas ocorrem também quando são resultado de uma intoxicação alimentar, que provoca um processo inflamatório agudo do estômago. Uma outra causa é aquela devido ao uso prolongado de anti-inflamatório. Essas duas situações provocam um episódio agudo normalmente caracterizado por um súbito de dor na região da boca do estômago, e pode estar acompanhado de náusea, até de vômito — acrescenta o presidente da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), Décio Chinzon.

Gastrite nervosa

Esse episódio de inflamação está ligado a fatores como estresse físico e psíquico e, assim como a gastrite aguda, é passageiro. Isso acontece pois períodos de grande estresse e ansiedade podem aumentar a produção de suco gástrico, o que, em excesso, danifica parte da mucosa que reveste as paredes do estômago.

Gastrite crônica

Quando a inflamação das paredes do estômago não acontece durante episódios específicos, e sim perduram meses ou anos, pode se tratar de uma gastrite crônica. De forma diferente das gastrites agudas, as crônicas não estão ligadas a fatores externos, como uso de anti-inflamatórios, excesso de álcool ou situações de estresse.

Chinzon explica que a causa mais comum da gastrite considerada crônica é uma infecção pela Helicobacter pylori, uma bactéria que sobrevive em ambientes ácidos, como o estômago, e pode provocar infecções, inflamações e úlceras.

Gastrite atrófica

Há também a gastrite crônica causada por uma resposta autoimune, também chamada de gastrite atrófica, ainda que bem menos comum, destaca o presidente da FBG.

— A gastrite autoimune, como o próprio nome já diz, é uma reação imunológica onde o indivíduo começa a não reconhecer mais as células do estômago como uma célula que habita normalmente as pessoas. Então, ele começa a desenvolver anticorpos contra essas células provocando, assim, um processo inflamatório.

Quais são os tratamentos indicados para a gastrite?

Os tratamentos para a gastrite são direcionados para a causa do processo inflamatório e, por isso, podem variar. Em casos relacionados ao uso de medicações que agridem o estômago, como anti-inflamatórios, o paciente deverá interrompê-lo e tratar as lesões com medicamentos inibidores de secreção ácida, como o omeprazol, que podem recuperar as paredes do órgão e estimular as defesas da mucosa gástrica que revestem o estômago.

O mesmo é utilizado para outros casos de gastrite aguda, como as causadas por excesso de álcool e de café, além da gastrite nervosa.

— A ideia, fundamentalmente, é ou diminuir o fator agressivo ou tentar melhorar as defesas da mucosa gástrica com uma utilização do remédio anti-ácido, por exemplo — destaca Chinzon.

Já no caso da gastrite causada por infecção bacteriana, o médico poderá prescrever antibióticos que podem eliminar a bactéria combinados aos medicamentos que recuperam a mucosa da parede do estômago.

Para a gastrite atrófica, o tratamento pode aliviar os sintomas, porém não há cura para o desequilíbrio no sistema imune que o leva a atacar o estômago. Por isso, é necessário um acompanhamento médico que possa vigiar e controlar essa condição e, assim, evitar não apenas os episódios de gastrite, como o desenvolvimento de um câncer de estômago.

Além disso, para todos os casos, o especialista reforça que é necessária a adoção de uma dieta que evite alimentos que agridem o estômago e podem piorar o processo inflamatório, como os gordurosos, condimentados, o café, o álcool, entre outros.

Como prevenir a gastrite?

Para prevenir os episódios de gastrite aguda, é possível adotar hábitos que evitem fatores que agridem o estômago. Os principais apontados pelos especialistas são uma alimentação sem excesso de café, álcool, refrigerantes, chocolates e alimentos gordurosos e o não uso de medicamentos sem a devida orientação médica.

Além disso, evitar situações de grande estresse e ansiedade podem evitar o desenvolvimento de uma gastrite nervosa. Já a gastrite relacionada à infecção bacteriana e a gastrite por fator autoimune não podem ser prevenidas, mas os sintomas podem ser evitados com os mesmos hábitos recomendados para a gastrite aguda e nervosa.

Fonte: O Globo 

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