Saúde

Morador do Texas morre após contrair ‘ameba comedora de cérebro’

Paciente era residente na cidade de Travis; ele foi infectado pela Naegleria fowleri ao nadar em um lago.

Um morador do condado de Travis morreu após uma infecção rara causada pela ameba Naegleria fowleri, conhecida como “comedora de cérebro”. O óbito foi confirmado nesta quarta-feira pelo Departamento de Saúde Pública de Austin.

A vítima não foi identificada. Ela contraiu o ameba depois de nadar no lago Lyndon Johnson neste mês.

“Embora essas infecções sejam muito raras, este é um lembrete importante de que existem micróbios presentes em corpos d’água naturais que podem representar riscos de infecção”, disse a Autoridade de Saúde do Condado de Austin-Travis, Desmar Walkes, por meio de nota.

“O aumento das temperaturas durante o verão torna ideal para o crescimento e florescimento de microorganismos nocivos”, acrescentou Walkes no comunicado.

Uma amostra da água do lago foi enviada aos Centros de Controle e Prevenção de Doenças para análise laboratorial. O lago Lyndon Johnson está fechado para recreação.

O que causa a ameba ‘comedora de cérebro’?

Segundo o departamento, o microrganismo “destrói o tecido cerebral, causando inchaço e geralmente a morte”. O quadro grave é chamado de meningoencefalite amebiana primária (PAM). Não existe tratamento eficaz para a contaminação.

A ameba vive no solo e em lagos quentes de água doce, rios, lagoas e fontes termais, alerta o comunicado. Em água salgada, como no mar, e em água potável e de piscinas devidamente tratadas, não há risco.

Como ocorre a transmissão da ameba comedora de cérebro?

O órgão explica ainda que a ameba não é transmitida de pessoa para a pessoa e não infecta por meio da ingestão da água contaminada, mas sim quando o líquido com o microrganismo sobe pelo nariz. São cerca de três infecções ao ano nos EUA, na maior parte fatais. No estado da Geórgia, foram cinco casos desde 1962.

“Embora o risco de infecção seja baixo, os usuários recreativos de água devem sempre presumir que existe um risco quando entram em água doce e morna. Se você optar por nadar, poderá reduzir o risco de infecção limitando a quantidade de água que sobe pelo nariz”, orienta o comunicado.

Ainda que os casos sejam raros, eles estão aumentando no país devido às mudanças climáticas. É o que diz um estudo publicado em maio na revista científica Ohio Journal of Public Health. Eles citam, por exemplo, o avanço do parasita em estados do Norte dos EUA, que não costumavam relatar infecções devido às temperaturas mais amenas.

Outros casos de infecção pela ameba ‘comedora de cérebro’

No entanto, segundo os cientistas, o aquecimento global tem levado a temperaturas mais altas, propícias para a propagação da ameba. Mesmo assim, a maior parte dos relatos continua a ser nos estados do Sul, como na Geórgia e na Flórida, onde um homem morreu em fevereiro depois de usar água da torneira para enxaguar o rosto e lavar o nariz. O registro foi o primeiro de 2023 no país.

Mais recentemente, em julho, uma criança de dois anos morreu após contrair a ameba em um rio no estado de Nevada, também no Sul. De acordo com informações de familiares, o menino apresentou sintomas inicialmente associados a uma gripe e, dias depois, e foi hospitalizado. Porém, não resistiu e morreu cerca de uma semana depois da infecção.

A infecção pela ameba ‘comedora de cérebro’ mata?

Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), a infecção mata mais de 97% das pessoas que a contraem. Dos 154 indivíduos infectados conhecidos nos Estados Unidos, de 1962 a 2021, apenas quatro pacientes confirmados sobreviveram à infecção.

Onde existe ameba ‘comedora de cérebro’?

O CDC disse ainda que a ameba normalmente vive em corpos quentes de água doce, como lagos, rios e fontes termais. Também é provável que seja encontrada vivendo em sedimentos no fundo de lagos, lagoas e rios, então a agência desaconselha cavar ou mexer no solo em água doce rasa e quente. Não é encontrada em água salgada.

Risco de infecção pela ameba ‘comedora de cérebro’

Apesar da expansão da presença da ameba pelo território americano, as chances de se infectar com a doença são consideradas baixas. Do nariz, a Naegleria fowleri vai até o cérebro, onde destrói o tecido cerebral. A infecção não pode ser transmitida de uma pessoa para outra.

Sintomas da infecção pela ameba ‘comedora de cérebro’

No estágio inicial, os sintomas da infecção por Naegleria fowleri começam geralmente com fortes dores de cabeça, febre, náuseas e vômitos e progridem para rigidez do pescoço, convulsões e coma que pode levar à morte.

As queixas geralmente começam cerca de cinco dias após a infecção, mas podem começar de 1 a 12 dias. A doença progride rapidamente e geralmente causa a morte em cerca de cinco dias.

Fonte: O Globo 

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo