Indicação de Ciro foi afago após senador tentar inviabilizar empréstimos para o Piauí
O governador, Wellington Dias (PT), adversário político de Nogueira, anunciou com pompa que os recursos, a serem liberados nos próximos 30 dias, serão investidos em segurança e em infraestrutura
A liberação de um empréstimo de R$ 800 milhões ao Estado do Piauí pelo Governo Federal é atribuída como o estopim que levou ao anúncio do senador Ciro Nogueira (Progressistas) para a o Ministério da Casa Civil. O senador trabalhava nos bastidores para inviabilizar a liberação dos recursos.
Na quarta-feira (14), às vésperas do recesso parlamentar, o “Diário Oficial da União” trouxe a autorização, pelo Ministério da Economia, de uma operação de crédito do Estado do Piauí com o Banco do Brasil. O governador, Wellington Dias (PT), adversário político de Ciro Nogueira, anunciou com pompa que os recursos, a serem liberados nos próximos 30 dias, serão investidos em segurança e em infraestrutura.
Ciro Nogueira trabalhava incansavelmente até então para viabilizar sua candidatura ao Governo do Estado, em uma difícil competição com o PT, que tem boa avaliação no Estado.
Pessoas próximas ao senador que presenciaram o ataque de fúria que o senador teve ao ser informado da liberação dos recursos. Ele fez chegar à mensagem ao Palácio do Planalto, comunicando que a relação de confiança havia sido quebrada e se encerrava ali a parceria. Em seguida, viajou para o recesso.
Os bombeiros entraram em campo e a solução encontrada pelo governo foi antecipar uma já avaliada mexida nos ministérios, levando o PP – e mais especificamente o senador que preside o partido – à pasta mais importante da esplanada.
Liberação de recursos é um tema valioso para parlamentares, em especial do Centrão, grupo do qual Ciro é liderança importante. Seja para seu grupo político, seja para adversários.
Há quem diga que não foi por acaso que quem perdeu espaço na esplanada foi o ministro responsável pelo acesso de ira do presidente do PP – o da Economia, que autorizou o empréstimo do Banco do Brasil ao Governo do Piauí.
A pasta econômica acabou por ceder a área de trabalho, emprego e previdência para um novo ministério, que vai abrigar Onix Lorenzoni, que sai da Secretaria Geral, que abrigará Luiz Ramos, que deixa a Casa Civil, no dominó ministerial adotado pelo presidente.
Com a nomeação, Nogueira tem uma perfeita justificativa para não concorrer ao Governo do Estado. Ele tenta colocar nomes de laranjas para a disputa, como o ex-senador João Vicente Claudino (PTB) e o ex-prefeito de Teresina, Sílvio Mendes (PSDB).