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DHPP afirma que laudo não apontou suicídio da esposa de empresário encontrada morta

O marido da jovem, o empresário Eliesio Marinho, foi preso na manhã desta segunda-feira (23).

A delegada Nathália Figueiredo, do Núcleo de Feminicídios do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), afirmou em entrevista ao GP1 que o laudo cadavérico produzido no Instituto de Criminalística apontou que o disparo de arma de fogo, que matou a jovem de 22 anos, Kamila Carvalho do Nascimento, foi efetuado a uma distância superior a 40 cm, rechaçando a versão apresentada pelo marido, o empresário Eliésio Marinho da Silva, que em depoimento garantiu que a esposa havia cometido suicídio.

Ele acabou sendo preso logo após seu depoimento, que ocorreu no final da manhã desta segunda (23). “Segundo o laudo, não há características de um disparo a curta distância, segundo o laudo foi um disparo realizado a cerca de 40 cm, então não vemos muito sentido em um disparo realizado pela própria vítima, tem também a questão da arma travada que foi encontrada no local, então são pontos que têm que ser esclarecidos, por isso representamos pela prisão temporária”, explicou.

O mandado de prisão temporária foi cumprido pela própria delegada Nathália Figueiredo. “Foi uma prisão temporária, que tem viés investigativo. Alguns pontos ainda têm que ser esclarecidos e estamos aguardando o laudo de local de crime. Nós temos 30 dias para finalizar o inquérito com a possibilidade de prorrogação, mas as diligências continuarão”, afirmou Nathália Figueiredo.

O que disse o empresário

Durante seu depoimento, o empresário contou à polícia que resolveu chamar seu advogado em vez de chamar a Polícia Militar, pois estava nervoso e, por esse motivo, sequer chamou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). “Ele disse que estava bastante nervoso, que foi uma situação bastante traumática, que não acionou o SAMU, mas acionou o advogado. Ele não narrou conflito anterior com a vítima. A arma não é registrada no nome dele, mas ele afirmou que era de uso dele. Ele também disse que ela tinha conhecimento de onde a arma poderia estar, mas não era uma pessoa que manuseava a arma, dando a entender que ela não era uma pessoa que tinha intimidade com arma de fogo”, concluiu a delegada.

Procurada, a defesa de Eliésio Marinho da Silva não quis se pronunciar sobre a prisão do empresário.

Entenda o caso

Kamila Carvalho do Nascimento, de 22 anos, foi encontrada morta, com um disparo de arma de fogo na cabeça, na madrugada da última sexta-feira (20), dentro da casa onde morava com o marido e a filha de dois anos, no bairro Aeroporto, na zona norte de Teresina.

O marido de Kamila, que é corretor de veículos, acionou um advogado e deixou a residência antes da chegada do DHPP. “O marido entrou em contato com o advogado para que ele avisasse à Polícia Militar [e depois foi embora da casa]. Ele disse que ela havia cometido suicídio, mas toda morte violenta nós tratamos como homicídio, até que se prove o contrário”, afirmou o delegado Barêtta à imprensa na ocasião.

Ainda conforme o delegado, a mulher foi encontrada nua em um dos quartos do imóvel, segurando uma faca, mas os indícios apontam que ela foi morta com um disparo de arma de fogo na cabeça. “Essa senhora estava no quarto, completamente despida, caída próxima à cama com uma faca na mão e uma pistola [PT 380] caída ao lado. Encontraram também um estojo deflagrado e, segundo consta, há compatibilidade de disparo de arma de fogo, mas quem vai dizer são os peritos”, pontuou Barêtta.

Brigas com o marido

Segundo Barêtta, o pai da vítima relatou que, recentemente, a filha foi para a casa dos pais depois de contar que havia sido vítima de agressão física por parte do marido, no entanto, inicialmente não foi encontrado registro de ocorrência contra o marido. “O pai disse que recentemente teve que levá-la para casa dele, porque ela ligou pedindo ajuda, pois estava sendo agredida pelo marido, mas depois voltou para casa, pois já estavam bem”, disse.

Fonte: GP1 

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