Secretaria lança Programa de Erradicação da Pobreza Menstrual
O Programa tem como objetivo enfrentar a evasão escolar causada por dificuldades financeiras e promover a saúde das pessoas que menstruam.
A Secretaria Municipal de Educação (Semec) de Teresina lançou, nesta terça-feira (14), o Programa de Erradicação da Pobreza Menstrual, cujo objetivo é entregar kits de absorventes para estudantes de 10 a 55 anos que estão matriculadas em escolas municipais.
O Programa irá atender pessoas que menstruam matriculadas nas Escolas de Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos (EJA) da rede pública municipal.
A ação foi inaugurada na Escola Municipal Parque Itararé, localizada na Zona Sudeste, que atende alunos do Ensino Fundamental.
Conforme a Semec, o programa irá contemplar 149 escolas. Pessoas que menstruam, cadastradas, receberão mensalmente na escola um kit com oito unidades de absorvente.
À TV Clube, a estudante Karliane, uma das contempladas com o programa, reforçou a importância da ação.
“Um pacote de absorvente de melhor qualidade custa mais ou menos R$ 4 reais. Recebendo essa ajuda, nós já podemos tirar o valor do absorvente e colocar na mesa. Venho de uma família com três mulheres, então nós podemos tirar o dinheiro disso para complementar a renda”, disse a jovem.
Como realizar o cadastro?
A Semec alerta que o cadastro no Programa de Erradicação da Pobreza Menstrual precisa seguir dois critérios:
- As pessoas que necessitam do kit higiênico precisam estar matriculadas nas Escolas de Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos (EJA)
- Estudantes precisam ter inscrição o Cadastro Único para Programas Sociais – CadÚnico ou outro programa social do município de Teresina, ou ainda, em situação excepcional, a Gestão escolar e Conselho de Escola, compreende ser beneficiaria pela vulnerabilidade social.
Além das estudantes, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) apontou que pessoas em situação de rua, inscritas no CadÚnico em vulnerabilidade social também tem direito ao programa.
Pobreza menstrual
No Brasil, o tema da pobreza menstrual ganhou destaque quando o presidente da República, Jair Bolsonaro, vetou a distribuição gratuita de absorventes para estudantes de baixa renda de escolas públicas e pessoas em situação de rua ou de extrema vulnerabilidade.
A decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), em 7 de outubro de 2021. Bolsonaro argumentou que o texto do projeto não estabeleceu fonte de custeio. A medida gerou indignação e resultou em manifestações por todo o país.
Dados de pesquisas realizadas pelo movimento Girl Up, que realiza ações de conscientização sobre o tema, mostram que uma em cada quatro meninas não têm acesso ao item. Já informações da Fundação das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apontam como o problema existe no Brasil e no mundo. Veja abaixo:
- No Brasil, 1,5 milhão de pessoas que menstruam vivem em casa sem banheiro.
- No Reino Unido, 48% das meninas e mulheres sentem vergonha de estarem menstruadas.
- Na Colômbia, 45% desconhecem a origem do sangue e 20% o considera sujo.
- Na Índia, 71% desconhece a menstruação até a menarca (primeira menstruação).
- Estima-se que uma mulher gaste entre R$ 3 mil e R$ 8 mil ao longo de sua vida menstrual com absorventes.
O Ministério da Saúde anunciou no dia 8 de março que iria começar a centralizar a compra de absorventes que serão distribuídos para mulheres e pessoas que menstruam de baixa renda e em condição de vulnerabilidade.
Fonte: G1 Piauí