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Travesti é encontrada morta com sinais de espancamento

A vítima foi encontrada com marcas de pauladas na região da cabeça.

A travesti Paloma Silva, que em 2021 foi amarrada dentro do porta-malas de um carro e agredida a pauladas, foi encontrada morta com pancadas na cabeça em Teresina. A família reconheceu o corpo dela nesse domingo (10).

Segundo Marinalva Santana, do Grupo Matizes, uma irmã da travesti informou que ela deu entrada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) na quarta-feira (6), com pancadas na cabeça. No domingo (10), familiares reconheceram o corpo de Paloma no Instituto de Medicina Legal (IML).

De acordo com a delegada Syglia Silva, da Delegacia de Direitos Humanos, o caso ainda não foi registrado na unidade, mas por se tratar de um possível homicídio, deve ser encaminhado ao Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP).

Travesti foi vítima de agressões em 2021

A ativista relatou ao g1 que viu Paloma pela última vez no dia 30 de novembro. Após a data, a travesti parou de responder mensagens.

Marinalva contou ainda que Paloma costumava enviar mensagens diárias para ela, mas havia cessado no dia 1º de dezembro, o que despertou sua preocupação.

“Pelo menos uma vez por semana ela vinha me visitar no meu trabalho e no dia 30, última vez que vi ela, ofereci uma consulta com o dentista para o dia 5, pois os dentes dela estavam caindo, mas fui informada que ela não apareceu na UBS”, contou.

Vítima relatava vontade de sair das drogas

Marinalva Santana contou também que a vítima estava há três meses na Casa do Caminho, abrigo que acolhe dependentes químicos na capital.

“Em uma das visitas que ela me fez no trabalho, disse que havia jurado no caixão de sua mãe, que morreu há dois ou três meses, que iria sair das drogas. Paloma era muito alegre e apesar das adversidades era muito batalhadora. Ela sempre buscava melhorias e emprego, mas as portas não eram abertas”, disse.

“A transfobia da sociedade ceifou o sorriso e a vida da Paloma. É mais uma trans brutalmente assassinada em Teresina”, completou a ativista.

Paloma era assistida por centros de acolhimento
Reprodução
   

No dia 20 de julho de 2021, imagens que mostram uma travesti suspeita de roubo sendo amarrada em um porta-malas e agredida a pauladas em Teresina, foram divulgadas nas redes sociais. As agressões aconteceram diante de Guardas Municipais de Teresina.

Em um dos vídeos, ela conversa com um homem e afirma ter participado de um roubo.

Outro vídeo mostra a suspeita amarrada no porta-malas de um carro enquanto é agredida por pelo menos dois homens que usam um pedaço de madeira. Crianças presenciam a cena.

A vítima das agressões e um dos suspeitos foram conduzidos à Central de Flagrantes na data da ocorrência.

Em nota de repúdio, o Grupo Piauiense de Transexuais e Travestis – GPTRANS, lamentou a morte de Paloma Amaral e pede que o caso seja investigado. “O GPTRANS entidade representativa da população de Transexuais e Travestis do Estado do Piauí, estará vigilante na apuração do caso, para o crime ser investigado e as pessoas envolvidas sejam punidas na forma da lei.  ABAIXO A TRANSFOBIA😢✊🏿🏳️‍⚧️”, diz trecho do comunicado.

Veja na íntegra: 

NOTA DE PESAR E REPÚDIO PELO ASSASSINATO DA TRAVESTI PALOMA AMARAL

O Grupo Piauiense de Transexuais e Travestis – GPTRANS, vem por meio desta externar profundo pesar e repúdio pelo assassinato da Travesti Paloma do Amaral.

Paloma foi espancada e esfaqueada até a morte no centro de Teresina – PI, a mesma se encontrava em situação de rua, porém acolhida e monitorada pelos serviços de proteção aos direitos fundamentais da população de rua e políticas públicas para LGBTIQA+. 

Infelizmente ainda assim, foi vítima do brutal assassinato, pois quando foi ao atendimento do CAPs (Centro de Antendimento Psicossocial), não retornou para a casa de acolhimento. 

O GPTRANS entidade representativa da população de Transexuais e Travestis do Estado do Piauí, estará vigilante na apuração do caso, para o crime ser investigado e as pessoas envolvidas sejam punidas na forma da lei. 

ABAIXO A TRANSFOBIA😢✊🏿🏳️‍⚧️

Maria Laura dos Reis

Presidente do Grupo Piauiense de Transexuais e Travestis – GPTRANS.

Fonte: G1 Piauí 

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