Saiba como atuava grupo que aplicou golpe no Mercado Pago
Entre os presos na Operação E-Fraude, da Polícia Civil, estão um casal de professores e dois empresários.
O GP1 obteve acesso a detalhes de como se dava o esquema fraudulento que gerou um prejuízo de R$ 180 mil, ao Mercado Pago, perpetrado por dois empresários e um casal de professores, que foram alvos da Operação E-Fraude, deflagrada pela Polícia Civil do Piauí, por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), na manhã desta terça-feira (12), em Teresina.
As investigações tiveram início em meados de novembro deste ano, quando a instituição financeira procurou a Polícia Civil, alertando sobre movimentações supostamente fraudulentas, que estavam concentradas em um núcleo envolvendo quatro pessoas: o professor (proprietário do cartão de crédito), um empresário (possuidor da maquineta, utilizada para obter os valores oriundos das transações no Mercado Pago), a esposa do professor e um segundo empresário, que recebiam os valores em suas contas bancárias, por meio de transferências eletrônicas.
Em entrevista ao GP1, o delegado titular do inquérito, delegado Alisson Macedo, ressaltou que o esquema, conhecido como chargeback (estorno por meio de contestação) funcionava totalmente em ambiente eletrônico e teve como única vítima, até o momento, a instituição financeira Mercado Pago. “O golpe se chama chargeback que, em português, significa estorno, literalmente, onde um dos suspeitos possuía uma máquina de cartão da própria loja dele e o outro suspeito era titular do cartão de crédito. Então, ele [titular do cartão] fazia uma compra e o lojista, imediatamente, transferia o dinheiro para outras pessoas que participavam da associação criminosa. Em seguida, o titular do cartão fazia a contestação da compra e a instituição financeira ficava no prejuízo. Essa investigação surgiu pelo compliance da empresa, foi dado um alerta que havia algumas operações com suspeitas de fraudes e nós passamos a investigar, chegando até as quatro pessoas que foram presas hoje. Nesse caso específico da investigação, somente uma empresa foi vítima. Nós verificamos que no período de outubro e novembro ocorreram essas movimentações, mas pode ter ocorrido em mais tempo”, pontuou o delegado Allison Macedo.
Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, determinados pelo Poder Judiciário, os policiais apreenderam 04 veículos, além de aparelhos eletrônicos que poderão ser utilizados em futuro sequestro de bens, para fins de compensação do prejuízo causado ao Mercado Pago.
Os quatro alvos, que não tiveram os nomes revelados pela Polícia Civil, foram encaminhados para a sede da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, onde prestaram esclarecimento e, em seguida, serão submetidos a audiência de custódia.