Política

‘Janja me avisou: não aceita a GLO’, relembra Lula sobre 8/1

Declaração do presidente faz parte do documentário "8/1: A Democracia Resiste", da GloboNews, da jornalista Julia Duailibi. Segundo Lula, ele teria "entregado o poder" aos militares se decretasse uma ação de Garantia da Lei e da Ordem, a GLO, em resposta ao ataque.

O presidente Lula disse que foi sua esposa, Janja, a responsável por alertar que decretar uma GLO seria tudo o que os militares queriam. A declaração foi dada pelo presidente à jornalista Julia Duailibi no documentário “8/1: A Democracia Resiste”, da GloboNews, que estreou neste domingo (7).

“Foi a Janja que me avisou: ‘Não aceita GLO porque GLO é tudo o que eles querem, é tomar conta do governo’. Se eu dou autoridade para eles [militares], eu tinha entregado o poder para eles”.

Militares e até o ministro da Defesa, José Múcio, cobraram a decretação, mas o presidente bateu na mesa —literalmente— com a mão, e cravou: “Disse que não ia ter GLO”.

A Garantia da Lei e da Ordem (GLO) é uma prerrogativa do presidente da República prevista na Constituição brasileira e geralmente é aplicada quando um estado enfrenta uma crise na segurança pública e solicita assistência federal.

Na prática, a segurança pública de um estado — responsabilidade dos governos estaduais — passa por uma crise e o governador pede ajuda federal.

Lula também defendeu que as investigações dos atos golpistas do 8/1 não devem acabar até que os financiadores da tentativa de golpe sejam identificados.

“Não pode parar a investigação enquanto a gente não descobrir quem financiou, porque isso não foi de graça. Isso teve gente que financiou”, disse Lula.

Exatamente um ano atrás, as sedes dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) foram invadidas e depredadas por radicais bolsonaristas que não aceitaram a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022 e, na sequência, ver Lula (PT) assumir o poder.

Ao longo do documentário, é possível ver em imagens inéditas a reação de Lula ao saber das invasões. O presidente estava em Araraquara, no interior de São Paulo, e se comunicou por telefone com ministros para definir ações para responder ao ataque.

‘Pequena operação de guerra’

O presidente definiu os momentos em Araraquara, antes de retornar a Brasília, como uma “pequena operação de guerra” e avaliou que as “pessoas que estavam comandando a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) eram favoráveis ao golpe”.

“As pessoas mais sérias não brincaram em serviço. As pessoas mais sérias tomaram as posições que tinham que tomar e reestabelecemos a normalidade. Tem muita gente que está na mira e pode ficar certo que vai ser encontrado, é apenas uma questão de tempo”, disse Lula.

Fonte: G1 Política

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