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Corpos de crianças mortas carbonizadas no Piauí são liberados para velório

Perícias e confirmação de identificação demoraram sete dias. Conforme gerente do IML, demora se deu por conta do estado como ficaram os corpos das vítimas, bastante destruído pelo fogo.


Os corpos de Antônio Gael Silva de Araújo, de 2 anos, e das primas dele, as irmãs Maria Nicole, de 2 anos, e Antônia Bianca da Silva Coelho, de 1 ano, foram liberados nesta terça-feira (30) para as famílias. Os pais aguardavam perícia do IML de Teresina . As crianças morreram carbonizadas no quarto da avó, na cidade de São José do Divino, no dia 22 de janeiro.

“Ontem saiu o resultado do exame de DNA que comprovou a identificação das crianças. Os familiares foram contatados e vieram aqui na parte da manhã. Os corpos foram liberados e agora os pais já estão cuidando das questões funerárias”, explicou Manuela Fontenele, gerente do Instituto de Medicina Legal.

Ainda conforme a gerente, os exames de DNA que comprovaram a identidade das vítimas foi concluído em tempo recorde. Usualmente, as etapas de identificação duram de 20 a 25 dias.

Os familiares das crianças, que não quiseram falar a respeito do caso, chegaram ao IML da capital por volta das 10h e acompanharam a liberação dos corpos. Agora, as crianças serão veladas e sepultadas na cidade onde viviam, São José do Divino, 233 km ao Norte da capital.

Foto: Reprodução

Dificuldade de perícia

Os corpos chegaram ao IML da capital à meia-noite de terça-feira (23) e havia previsão de liberação à tarde, mas o Departamento de Polícia Científica (DEPOC) prorrogou o prazo, afirmando que precisa de mais tempo para que o processo de perícia seja feito com precisão.

Segundo o perito-geral do DEPOC, Antônio Nunes, o fato dos corpos terem sido carbonizados dificulta o trabalho. “Precisamos de um tempo. Os corpos têm partes carbonizadas e isso pode afetar no nosso trabalho, já que algumas células podem não ser detectadas na perícia”, disse.

“Talvez demore mais tempo que o esperado, mas optamos por isso, pois é melhor fazer uma apuração maior agora, do que exumar os corpos posteriormente”, completou.

Os resultados da perícia podem sair em até 10 dias. Em entrevista à TV Clube, o perito-geral deu mais detalhes sobre o procedimento, assista acima.

O acidente

As vítimas estavam no quarto da avó quando as chamas começaram. Duas delas faleceram sobre a cama. Ainda não se sabe como o fogo começou, mas um isqueiro foi achado no quarto.

Segundo familiares, Antônio Gael Silva de Araújo, de 2 anos, e as primas dele, as irmãs Maria Nicole, de 2 anos, e Antônia Bianca da Silva Coelho, de 1 ano, estavam sozinhos dentro do quarto enquanto a avó capinava o quintal.

A avó ouviu os gritos e correu, mas não conseguiu entrar no quarto porque o fogo estava muito alto. O incêndio destruiu completamente a cama, onde foram encontradas mortas as irmãs Nicole e Bianca.

Foto: Reprodução

Tragédia em São José do Divino

Maria Nicole, Antônia Bianca e Antônio Gael morreram na manhã de segunda-feira (22), após um incêndio atingir o quarto onde estavam na casa da avó no povoado Carolina, zona rural de São José do Divino, no Norte do Piauí.

Segundo o avô de Gael, José Nilton, a tragédia abalou profundamente as 40 famílias que vivem no povoado Carolina.

“Muito triste, vai ficar marcado para sempre, e a nossa cidade está abalada. Eu creio que o Piauí inteiro, onde essa notícia chega é uma tristeza. Eu, como avô, não tô sofrendo só pelo meu netinho. As outras crianças também me chamavam de avô, e eu queria bem também as bichinhas, né?”, disse José .

Fonte: G1 Piauí

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