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Advogada é acusada por médico de defender auditora da PMT em suposto caso de alienação parental

Ricardo Santos Loureiro usou ainda suas redes sociais para coletar 'histórias feias de Cláudia Paranaguá'

O médico e empresário Ricardo Santos Loureiro, usou seu perfil no Instagram para dizer que a advogada Cláudia Paranaguá está ‘ferrando os filhos pequenos e defendendo mães alienadoras’. 

Ele denomina ‘mães alienadoras’, a sua ex-esposa Marina Brandão, auditora fiscal da Prefeitura de Teresina e com quem trava uma batalha judicial por conta da guarda do filho. 

No Instagram, Ricardo fez enquetes perguntando se mais alguém conhecia ‘histórias feias da Cláudia Paranaguá’. Em outro storie ele posta dizendo que já possui sete histórias da advogada.

“Uma delas… mudou as fechaduras da minha casa em Luís Correia (PI) pra cobra honorários de R$ 500.000,00″. PQP!!! E a filhinha tá que tá na votação pra atrapalhar a votação!! Eu hein”, postou o médico. A ‘filhinha’ seria a advogada Isabella Paranaguá, filha de Cláudia e sócia em seu escritório de advocacia. 

Postagens foram feitas no Instagram pessoal do médico Ricardo Loureiro Foto: Reprodução/Redes Sociais

 

No seu perfil profissional, Cláudia Paranaguá postou um vídeo tratando sobre o Direito de Visitas de pais e filhos no Carnaval, mesmo com a festividade cancelada para esse ano de 2021, devido a pandemia da Covid-19. 

Nos comentários, o médico disse que Cláudia o privou de passar o carnaval com o filho e que irá ‘divulgar amplamente esse seu trabalho contra crianças’.

“Minuto família? Você deveria ter vergonha de falar de família. Porque você defende mães alienadoras. Você me privou do carnaval com meu filho, eu já passo pouco tempo com ele e você não tem o direito de tirar um minuto sequer do convívio do meu filho comigo. Você age CONTRA as famílias e eu vou divulgar claramente esse seu trabalho contra as CRIANÇAS”, postou. 

O médico foi procurado pela reportagem do El Piauí, mas não se pronunciou sobre o caso. No último sábado, ele fez uma live de 11 minutos tratando sobre alienação parental em seu perfil no Instagram. 

Cláudia Paranaguá se pronuncia
Também procurada pela reportagem do El Piauí, a advogada Cláudia Paranaguá, informou que não se posiciona em processos envolvendo menores de idade, com o intuito de preservar a imagem e evitar a exposição. Ainda de acordo com ela, não há qualquer relação com o médico, e que seu trabalho se limita a exercer seu trabalho dentro do que permite a lei, dando assessoria a parte pela qual foi contratada.

“Fui contratada pela outra parte, não tento qualquer relação com este senhor, me limitando exclusivamente a questões processuais, no direito que a lei me dá de atuar e exercer minha profissão, conhecida como prerrogativas da advocacia. Encaminhei o caso a OAB/PI e as vias judiciais, minha instituição irá me representar. Não comento sobre processo que atuamos especialmente em proteção a menores envolvidos, que devem ser preservados de qualquer exposição”, disse.

OAB-PI sai em defesa das advogadas
Uma nota de repúdio publicada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PI), na tarde desta segunda-feira (15), defende o trabalho das advogadas Cláudia e Isabella Paranaguá e diz que o caso se trata de crime contra a honra e violação a prerrogativa de livre exercício profissional.

A nota é assinada pelo presidente da Ordem, o advogado Celso Barros Neto e pela vice-presidente Alynne Patrício de Almeida Santos.

Leia abaixo a íntegra da nota da OAB-PI:

A OAB Piauí, por meio das Comissões de Defesa das Prerrogativas dos Advogados e da Mulher Advogada, vem a público manifestar o repúdio de forma veemente à conduta de Ricardo Santos Loureiro, que circula em suas redes sociais fatos desabonadores à atuação das Advogadas Cláudia Paranaguá de Carvalho Drumond e Isabella Nogueira Paranaguá, incidindo em crimes contra a honra e violando a prerrogativa de livre exercício profissional e atingindo toda a classe.

Na oportunidade, Ricardo Loureiro anuncia que as Advogadas estariam na lista de Advogados fazedores de crianças tristes, bem como, que a Advogada Cláudia pagaria por sua atuação profissional em uma demanda familiar, manifestando uma visão preconceituosa e equivocada da Advocacia, cujo mister é o de preservar as garantias constitucionais da defesa e do devido processo legal.

O Advogado(a) é indispensável à Administração da Justiça (art. 133, CF), por servir como escudo dos direitos e garantias fundamentais, prestando serviço público e exercendo função social. Sendo, portanto, inadmissível a perspectiva equivocada da Advocacia.

Dada a relevância do seu mister, alcançando o caráter de Múnus Público, com relevante função social, aos Advogados(as) foram asseguradas prerrogativas, que não existem como privilégio, mas com o fim de lhes permitir o pleno exercício profissional, assegurando meios para uma atuação efetiva e independente na defesa daqueles cujos interesses lhe são confiados.

Ao reiterar sua firme postura em defesa das prerrogativas profissionais, a Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí, repudia condutas como as mencionadas, ao mesmo tempo em que afirma que adotará as providências judiciais cabíveis.

Por fim, a OAB Piauí se solidariza com as Advogadas Cláudia Paranaguá de Carvalho Drumond e Isabella Nogueira Paranaguá e estará sempre atenta e vigilante para combater semelhantes práticas de tentativa de criminalização da Advocacia e de violação das prerrogativas profissionais dos Advogados (as).

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