Polícia Federal indicia Bolsonaro por fraude em cartão de vacina
O processo segue para o Ministério Público Federal, que decidirá se apresenta a denúncia à Justiça ou arquiva a apuração.
A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente coronel Mauro Cid, e o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) por associação criminosa e falsificação de certificados das vacinas de COVID-19. Mauro Cid também foi indiciado por uso indevido de documento falso.
A PF enviou o caso ao Supremo Tribunal Federal nessa segunda-feira (18), que está sob relatoria do ministro Alexandre de Morais. O inquérito apura a inserção de informações falsas nos sistemas do Ministério da Saúde. Pessoas próximas a Bolsonaro teriam recebido certificados de vacinação contra a COVID-19 sem tomar a vacina.
A Controladoria Geral da União (CGU) identificou incoerências no certificado de vacinas do ex-presidente, em janeiro deste ano. Segundo a investigação, dados do Ministério da Saúde apontam que há um registro de vacinação contra a COVID-19 em 19 de julho de 2021, na UBS Parque Peruche, em São Paulo. Porém, Bolsonaro não estava no local nesta data, ele foi para Brasília um dia antes e não fez nenhum outro voo até 22 de julho.
O processo segue para o Ministério Público Federal, que decidirá se apresenta a denúncia à Justiça ou arquiva a apuração. O Código Penal prevê pena de 1 a 3 anos pelo crime de associação criminosa e pena de 2 a 12 anos pelo crime de inserção de dados falsos em sistema de informações.
Na rede social X (antigo Twitter), o assessor de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, escreveu: “É lamentável quando a autoridade usa a imprensa para comunicar ato formal que logicamente deveria ter revestimento técnico e procedimental ao invés de midiático e parcial”.