Política

Nas mãos de Gilmar Mendes, Ciro Nogueira poderá se tornar réu no Supremo Tribunal Federal

Fachin e Cármen Lúcia já votaram favoráveis ao recebimento da denúncia. Senador do Piauí é acusado de tentar comprar silêncio de ex-assessor

Depois de dois anos e quatro meses paralisado no Supremo Tribunal Federal, o julgamento de uma denúncia contra o senador Ciro Nogueira, do Progressistas, e do deputado Dudu da Fonte, do mesmo partido, será retomado. O caso está parado desde novembro de 2018, em razão de um pedido de vista de Gilmar Mendes. Somente na semana passada o ministro liberou seu voto e permitiu, assim, a continuidade do julgamento, que deve ocorrer no dia 23.

Ciro, Duda da Fonte e o ex-deputado Márcio Junqueira Pereira são acusados de tentar comprar o silêncio de José Expedito Rodrigues Almeida, ex-assessor do senador. Na investigação, a Polícia Federal conseguiu gravar em vídeo o momento em que Junqueira, que também foi do Progressistas e hoje está no PROS, fazia entregas de dinheiro ao assessor.

Foi o próprio Expedito quem denunciou o assédio dos parlamentares à PF e topou participar de uma ação controlada — procedimento em que os investigadores se utilizam de uma testemunha para gravar os crimes enquanto eles acontecem.

Leia mais: Na mira da PF: STF libera julgamento de Ciro Nogueira, acusado de tentar comprar silêncio de ex-assessor

Após mais de dois anos, Gilmar Mendes libera julgamento de Ciro Nogueira e Dudu da Fonte Foto: STF

 

Quando começou a receber pedidos para não incriminar os parlamentares na Lava Jato, Expedito já era testemunha protegida da PF. O ex-assessor também teria sido ameaçado de morte por Márcio Junqueira. No total, ele recebeu 100 mil reais em dinheiro vivo para ficar em silêncio.

A Segunda Turma do STF começou a decidir se colocava o trio no banco dos réus em novembro de 2018. Relator, o ministro Edson Fachin votou a favor do recebimento da denúncia e por, conseguinte, da abertura de uma ação penal — o senador, o deputado e o ex-deputado, assim, se tornariam réus. Fachin foi acompanhado por Cármen Lúcia. Naquela sessão, Gilmar Mendes pediu vista dos autos para analisar mais detidamente o caso. A análise, no fim das contas, levou quase dois anos e meio.

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