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Butantan inicia envase de mais 5 milhões de doses da CoronaVac

Processo tinha sido suspenso por falta de insumo. Matéria-prima vinda da China chegou a SP na segunda (19)

O Instituto Butantan retomou a produção e iniciou o envase das mais de 5 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 CoronaVacac na noite desta terça-feira (20).

O Instituto é responsável pela etapa final de produção da vacina, que consiste em envase, rotulagem e testes de qualidade.

As novas doses estão sendo produzidas a partir dos mais de 3 mil litros do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) vindos da China e que chegaram ao Brasil na última segunda-feira (19), após cerca de 20 dias de atraso no envio da matéria-prima. O atraso fez o Butantan suspender o envase da vacina.

O lote do IFA deveria ter chegado até o final de março. Com o atraso, o Butantan vai completar a entrega das 46 milhões de doses de Coronavac ao Ministério da Saúde até 10 de maio. A previsão inicial era até o fim de abril.

Inicialmente, o Butantan receberia 6 mil litros do IFA em um único lote, mas o envio da matéria-prima foi dividido e ainda falta chegar metade. Os outros 3 mil litros do insumo para a CoronaVac devem chegar antes do fim de abril, mas ainda não há data definida, segundo o instituto.

De acordo com o diretor do Butantan, Dimas Covas, o lote foi dividido por conta de burocracias nos trâmites de exportação.

IFA recebido em março e fevereiro
Em março, o Butantan havia recebido uma remessa de 8,2 mil litros de IFA, correspondente a cerca de 14 milhões de doses. Outros 11 mil litros de insumos haviam chegado ao país em fevereiro.

Na semana passada, o Butantan entregou mais 1 milhão de doses da CoronaVac ao Plano Nacional de Imunizações (PNI) e atingiu 40,7 milhões de doses enviadas ao governo federal desde o início das entregas, em 17 de janeiro.

Após finalizar a entrega dos 46 milhões de doses ao Ministério da Saúde referentes ao primeiro contrato assinado, o Butantan deve entregar mais 54 milhões de doses ao governo federal até o final de setembro.

Etapas de produção
Segundo o Instituto, a partir do recebimento da matéria-prima, o primeiro passo consiste em armazená-la em câmara fria e contêiner de aço inox.

Depois, o contêiner é encaminhado para a sala de tanques para transferência do composto para a bolsa de agitação e, daí, para o tanque pulmão, onde ocorre o processo de envase.

Durante o processo de envase os frascos-ampola são lavados e esterilizados por meio de ar seco quente, passam automaticamente para a entrada da máquina envasadora e, por meio de esteiras automáticas, são posicionados nas agulhas que despejam o produto dentro dos frascos via bomba dosadora.

Os frascos-ampola já com o produto são entregues pela esteira automática à recravadora, para recebimento do selo de alumínio.

Uma terceira fase é a inspeção visual manual, rotulagem e checagem dos rótulos e, por fim, embalagem dos frascos-ampola.

Por último, após o conteúdo envasado, são feitos testes de qualidade por amostragem, incluindo aspecto, pH, volume extraível, volume médio, teor de alumínio, teste de vedação, identidade, toxicidade, e esterilidade.

Eficácia
Um estudo clínico feito pelo Butantan sobre a Coronavac mostra que a eficácia da vacina é maior do que nos resultados iniciais divulgados entre dezembro e janeiro.

Segundo artigo científico encaminhado para revisão e publicação na revista científica Lancet, uma das mais respeitadas do mundo, a eficácia para casos sintomáticos de Covid-19 atingiu 50,7%, ante os 50,38% informados inicialmente. Ou seja, a vacina reduz pela metade os novos registros de contaminação em uma população vacinada.

De acordo com o estudo, a eficácia da CoronaVac pode chegar a 62,3% com um intervalo de mais de 21 dias entre as duas doses da vacina.

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